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Sáb 19 Dez 2009 - 18:58
Esta Fic, na verdade é um livro que eu estava escrevendo há algum tempo. Embora eu tenha parado, pretendo continuar a escreve-la (algum dia). Espero que gostem, pois é uma das história que senti mais inspiração ao escrever. A uma primeira visão, parece ser uma história bem simplezinha, mas em pouco tempo há uma reviravolta total. Uma história cheia de mistérios, vamos ver se vocês conseguem descobrir alguns. ;D

Conto com os comentários!^^

Informações:
Spoiler:

~ Passagem ~ Passagembanner2
Passagem


1º Ato: Transição

“O mundo vai de mal a pior, a maldição que elas deixaram no planeta o feriu gravemente. As terras vêm se tornando estéreis, os sois queimam ardentemente, as chuvas já não existem, as fontes da água estão sumindo e uma doença mortal aflige milhares. Nosso planeta está se tornando um deserto sem vida.”

_________________________________________________________________

Capitulo I:
Exoneração



Uma mulher se aproxima de mim, o corpo envolto por uma longa capa e um capuz sobre sua cabeça, do qual he salta os cabelos escuros, está cabisbaixa, não consigo ver seu rosto, apenas um sorriso. Suas vestes são pretas, e na cintura, encontra-se uma faixa vermelha. O salão em que estou é escuro, tendo apenas duas janelas, que alumiam somente com o fulgor de Lom. É um salão amplo e vazio, com mais nada além das paredes e janelas, que mesmo se fosse eu a pessoa mais alta do planeta não às alcançaria, elas estão a pelo menos oito metros acima de mim. Com uma segunda olhada ao redor, constato que infelizmente não há nenhuma saída. Meu coração bate freneticamente e amedrontado. A mulher já está bem mais próxima, mesmo nos passos vagarosos em que vem. Sinto que ela deseja machucar-me. O medo me faz recuar.
Refulge então, uma luz que naquela sala sombria que quase me cega, o brilho arrebatador incandesce de um globo de vidro. Está tão claro! Não consigo distinguir coisa nenhuma além da esfera que emana essa luz. Minhas pernas se mexem por mim e em meus braços faz-se um movimento independente do que quero, meu corpo se move na direção da luz mesmo contra minha vontade. Tento mover-me numa direção adversa, mas como se meu desejo fosse nulo, nada acontece. A luz me dá mais medo do que aquela mulher, e ao lembrar dela tento olhar de esguelha para onde se encontrava, já que é impossível virar-me. Uma gargalhada atemorizante quebra meu estado de transe. Retomo o controle e viro para a retaguarda quase como num reflexo para entender aquela risada. A luz continua tão intensa quanto antes, mas mesmo assim, uma penumbra é projeta pela minha sombra, nela, avisto àquela mulher encapuzada a me contemplar, sua cabeça não está mais abaixada e ela já parara com as risadas. Há em seus olhos um estranho brilho rubro e o sorriso é o mesmo de antes, seu rosto não me parece mal e sinto por ela, uma afabilidade, mesmo nunca tendo a visto antes.
O sorriso se fecha, a luz cessa. Tudo ao meu redor começa a girar e poucos momentos antes de despertar, eu ouço essas palavras ressoando em minha mente:
“Liberte-me minha criança... Liberte-me Velaiza...”.

- Que tarde!

Uma garota atravessa o corredor a toda velocidade, entrando na sala e indo para a porta de saída, ela faz uma parada ao lado da porta para recolher uma grande blusa, daquelas pesadas e peludas de frio e um tanto quanto velha, também pega uma bolsa de couro miúda, ambas penduradas em ganchos ao lado da porta. Um pouco velha também, nesta mesma sala, há uma senhora que embora socada e gorducha, dá a estranha sensação de fragilidade, ela está sentada numa poltrona (que também não é das mais novas). A garota que já abrira a porta para sair nota a presença da velhinha. Ela percorre rapidamente o cômodo, desviando dos móveis, e chega até a idosa, dá um beijo apressado em sua testa. A garota cochicha algo como: “Tchau mamãe”, veste a blusa e parte.


_____________________
Comentem please! xD


Última edição por Raidam em Sex 9 Abr 2010 - 22:35, editado 9 vez(es)
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Seg 21 Dez 2009 - 1:08
Parte Dois


Na velocidade em que ela percorre as ruas já muito iluminadas, (pois se inicia o nascer de Syrus) num piscar de olhos passa pela academia, pela central e entra na área depravada da cidade. Talvez, não em um piscar de olhos, mas a garota corre quase com a velocidade de uma atleta...
A área depravada, conhecida como “Distrito Cariado”, um local grotesco onde furtos e homicídios acontecem todos os dias. Muita gente nesse lugar foi contaminada pelo vírus e a enfermidade está crescendo nelas, algo horrível de se ver. As pessoas com o extra-virús ficam jogadas pelas ruas, com seus corpos definhando. O governo não dá a mínima atenção, na verdade, ali é um lugar abandonada pelas autoridades. A área mais populosa da cidade é também a mais miserável, qualquer pessoa com algum bom senso ficaria o mais longe possível dela.

Pouco tempo depois de entrar no Distrito Cariado, a garota para ofegante, colocando as mãos sobre uma parede, e com a cabeça abaixada recupera o fôlego. A moça se recompõe, achegando-se a janela do lugar em que parou, espia pela mesma para ver o relógio que lhe indica faltar cinco minutos para as vinte nove horas. Dando um suspiro, aliviada, adentra o estabelecimento.

Um local iluminado precariamente, com um largo corredor preenchido por mesas de madeira e sofás, onde os fregueses bebem com suas “acompanhantes”. No final dessa cadeia de mesas (cerca de dez mesas) há uma porta onde está escrito “cozinha” e Velaiza, retirando a blusa. se dirige até ela. No meio do percurso um brutamonte careca lhe obstrui o caminho:
- Sua inútil! Está atrasada. – Esbraveja o homem.
- Mas ainda não são vinte e nove horas... – Explica ela calmamente olhando o relógio que está pendurado na parede desbotada e imunda do lugar.
- Agora vai querer discutir! Está dizendo que não sei ver horas?!
- Nã... – Ela tenta responder antes de ser interrompida.
- Pois bem. De agora em diante você começa as vinte e seis horas, e vai sair no mesmo horário de antes! – Uma pausa. – E ganhará a mesma coisa!
- Mas senh...
- Isso é claro, se você quiser continuar com esse emprego... – Ele oferta com um sorriso maligno. O silêncio dura certo tempo, até seu patrão, Sr. Victor, interromper-lhe os pensamentos. – E então?
- Está bem então senhor. – sussurra Velaiza com os olhos abatidos. Se não fosse por sua mãe, ela nem sequer estaria trabalhando neste lugar, mas ela precisa desse dinheiro. É a única forma de ajuda-la e pagar o tratamento médico.
- Não fique magoada Velaiza... – Surpreende o patrão com um tom de compaixão desconhecido de todos. – Assim você me parte o coração.

Caindo em gargalhada ele pega a mão dela e antes dela reagir, a joga em um sofá onde há um homem sozinho e embriagado.
- Se eu tivesse um coração! – E depois exclama sorrindo:
- Ficar lamentando não vai me render dinheiro. Trabalhe.

Dito isto, o careca ignorante se retira, voltando para trás do balcão.
Velaiza até machuca as costas na madeira daquele sofá sem estofamento, que somente possui o pano. Ela nota Bela, uma das prostitutas do local, rindo dela em uma outra mesa, onde um homem beija-lhe o corpo.
- Eu nunca vi você aqui. - Resmunga um homem alcoolizado, sentado ao lado de Velaiza e estendendo a mão para apalpá-la.
- Não! Você está me confundindo. Eu trabalho na cozinha. – Explica já se levantando.
- Tanto faz. Vem aqui neném... Não vai embora não!


________________________
Comentem por favor^^


Última edição por Raidam em Qui 4 Mar 2010 - 22:31, editado 2 vez(es)
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Seg 21 Dez 2009 - 13:31
Parte Três

Quando ela se coloca de pé, ele a puxa e a faz cair sentada novamente, trazendo-a mais perto e tentando arrancar um beijo dela. Velaiza começa a gritar para que ele a solte e pedir ajuda, em troca, ela ouve risadas, todos se divertem enquanto assistem o sem-vergonha tentando abusa-la.
- Para de se espernear mulher! – O bêbum fala um pouco irritado.

Porém, ela começa a empurrá-lo e dar socos nele cada vez mais fortes...
Um grito de dor.
O homem injuriado acertara uma bofetada no rosto dela que chegara até a lhe atordoar e com força suficiente para lhe afrouxar a boca.
O tabefe a detém somente certo tempo, quando ela sente aquela barba nojenta roçar em seu pescoço, recupera sua percepção. Ela continua a empurrá-lo e rejeita-lo, já ficando sem energias, ele por sua vez a aperta mais forte, segurando seus braços e beijando seu pescoço.
- Que cheirinho bom... – Elogia o embriagado.

Velaiza vê a única saída em uma garrafa sobre a mesa. Com dificuldade solta um dos braços e a apanha. Fecha os olhos e com toda força que lhe resta o golpeia na cabeça. Ao abrir os olhos, uma mão segura a garrafa junto à cabeça do homem e ela ouve uma voz terna e imponente, falando ironicamente:
-Damas não devem brigar.

Acompanhando aquele braço até o corpo que é dono dele, Velaiza acaba por admirar um homem alto, parado de pé ao seu lado. O cabelo de um loiro brilhante e os olhos de um azul-escuro que a fita profundamente, como que invadindo a sua alma. Por um momento Velaiza se esquece de respirar. Os dois encontram os olhares e assim ficam até que o bêbum indignado grita:
- O que você quer?!

A mão do rapaz se abre, soltando a garrafa que Velaiza empunhava, ela a deixa cair de sua mão sem perceber e a garrafa vai rolando pelo corredor. O bêbado se levanta para expulsar o homem que surgira:
– Saia daqui seu id...

Antes de terminar a frase o bêbum é erguido pelos seus poucos cabelos.
- Nunca ouviu que não se deve ferir uma mulher.

O coração de Velaiza bate tão freneticamente como no seu sonho, mas dessa vez não por medo.
Ao ver o punho cerrado para lhe dar um soco, o bêbado clama misericórdia:
- Não, não, por favor! – Suplica de modo quase inintendível.
- Você não merece perdão! – Ressoa a voz do herói agora num tom severo.

_______________________
Agora começa a ficar massa, coments?


Última edição por Raidam em Sex 9 Abr 2010 - 22:35, editado 1 vez(es)
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Ter 22 Dez 2009 - 0:29
Parte Quatro

Um único murro arremessa o bêbado para fora do lugar, quebrando a porta de entrada no caminho. Todos os olhos se arregalam impressionados. A maioria “foge” acobardada do local, alguns sem ao menos disfarçar, outros ficam tão silenciosos quanto podem, tentando ser transparentes. Não há um só que não fique temeroso com a força sobre-humana demonstrada. Com um soco, um bêbado de cerca de oitenta quilos fora arremessado mais de dez metros!

O homem torna a observá-la e se assenta em sua frente, olhando diretamente os olhos cor de mel e abalados que pairam em sua direção.
Duvidas começam a tomar a mente de Velaiza e também um sentimento que ela jamais sentirá em sua vida:
“Quem é esse homem?”
- Prazer sou Mayron. Qual seu nome?
- Que?! – Ela permite escapar por sua boca.
- Sou Mayron. Qual o seu nome?
Ela responde um tanto gaga:
- Sou Velaiza.

Os olhos dele se intensificam, contemplando-a.
“Porque ele está me olhando assim?”
- Você é tão linda. Não consigo parar de admirá-la.

A pele clara de seu rosto fica numa coloração avermelhada. Ela deixa de olhá-lo para poder se recuperar.
“O que ele quer?”
- Você deve estar se perguntando o que eu desejo, não é?

Ele apóia os braços na mesa e se inclina sobre eles, chegando mais próximo dela.
Velaiza retorna os olhos na direção dele, um pouco assustada com o jeito como ele quase lê seus pensamentos.
- Não se preocupe Velaiza, eu não posso ler seus pensamentos.

Sua face se abala e seu olhar torna a voltar para baixo.
“Ele realmente pode ler meus pensamentos!”. “O que está havendo?!”

Velaiza sente um toque abaixo de seu queixo, erguendo sua cabeça delicadamente. As duas bocas se encontram a menos de dez centímetros almejando uma à outra. Mayron havia se inclinado tanto quanto podia sobre a mesa e os últimos centímetros que sobraram entre os dois cabia a ela avançar. Lentamente ela o faz. Velaiza não sabe o porquê, mas anseia por esse beijo mais que tudo que já desejou na vida. Ela fecha suas pálpebras e prossegue. Porém no mais leve toque recua e abre os olhos. Sua visão mergulha no profundo azul dos olhos dele e indo na direção desse azul, se beijam fitando um ao outro, por um longo tempo e sem ao menos piscar.


Última edição por Raidam em Sex 9 Abr 2010 - 22:36, editado 1 vez(es)
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Ter 22 Dez 2009 - 1:15
________________
Cap I: Parte Final

No meio do beijo ela o empurra e volta para trás. “O que estou fazendo, nem sei quem é ele.” Pensa repentinamente.
- Eu tenho que trabalhar. – Responde a ele que quase lhe faz uma pergunta com os olhos.

Velaiza se levanta e vai saindo da mesa envergonhada pelo que fez.
“Eu não fui muito diferente delas”. -Reflete ao ver uma das mulheres.
“Ficando com alguém a primeira vez que o vê.”

Mayron se levanta e agarra o braço dela antes que se distancie:
- Você não é nem um pouco parecida com elas. – Ele lança um olhar sobre Bela que está sentada no colo de um freguês o atiçando. – Você é o oposto delas. E nós não fizemos nada demais, foi só um beijo...
- O que você quer afinal? – Velaiza pergunta um tanto repreensiva.
- Essa pergunta... Você ainda não está pronta para saber a resposta.
Eu tenho uma coisa importante para lhe dar.

Mayron se levanta, e de dentro de um bolso retira uma caixinha de madeira, toda cheia de detalhes entalhados. Enquanto coloca o objeto em cima da mesa diz:
- Isso pertence a você.
- Pertence a mim? – Ela pergunta com o homem já saindo.
- Sim. Você logo entenderá.

Ele chega ao lugar onde antes havia uma porta e atenta uma ultima vez para Velaiza, agora perturbada com tudo isso, então sai.

A cabeça dela está prestes a entrar em colapso. Velaiza corre até a saída buscando por ele, mas já não o encontra. Vê apenas o homem embriagado que estava a atormentando, desmaiado no chão e gravemente ferido. Ela se dirige a mesa para pegar o presente, mas novamente tem o caminho obstruído por aquele monte de banha.

O Sr. Victor, que durante toda a ocasião havia ficado quieto atrás do balcão, com medo de Mayron, agora vem na direção de Velaiza com a mesma petulância de sempre:
- Todos os prejuízos que tivemos... Todas as contas dos que saíram sem pagar... TUDO... Tudo será descontado do seu salário. – Fala o patrão em surto, recupera o fôlego e continua. - Na verdade, os prejuízos passam do seu salário...
- Mas eu não fiz nada! – Responde indignada, porém medindo o tom de voz.
- Não quero saber o que você fez. Estou dizendo que você vai pag...
- Cale essa sua maldita boca! – Ela explode de repente.
- O quê?- Pergunta surpreso o Sr. Victor.
- Cala essa sua maldita boca. – Ela fala pausadamente.
- Ah é! Acho que não preciso dizer que você está demitida então!
- Não precisa mesmo. – Velaiza resmunga e se retira.
- Não me apareça mais aqui! – Ele berra um pouco antes dela chegar à saída.
- Não se preocupe... – Ela anuncia parada na porta, sem se virar.
- Faço questão de não pisar mais nesse lixo.

__________________________________


Próximo Capitulo: Subterfúgio.
Prévia
:

"Dirijamos nossos olhares para uma floresta na Zona Oito,
uma das únicas que não fora destruída por Elas: A Floresta de Principados.
Lá, um jovem de dezoito anos corre velozmente. Seu cabelo é tão negro como o brilho de uma estrela inversa, algo raro, dividido no meio de maneira impecável e caído sobre o rosto, seus olhos são de um verde vivido e seu corpo, embora lhe falte um mês para completar dezenove anos, é o de um rapazote magro que aparenta nunca ter feito sequer um calo de esforço. Ele traja um manto majestoso, mas o luxo, neste caso, apenas o atrapalha e reduz sua velocidade para a fuga.
Mas por que ele foge...
... Ele não sabe."
________________
Por favor comentem^^


Última edição por Raidam em Sex 9 Abr 2010 - 22:35, editado 1 vez(es)
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Qui 31 Dez 2009 - 12:45
Reputação da mensagem: 100% (1 votos)
Capitulo II: Subterfúgio
Primeira parte


Dirijamos nossos olhares para uma floresta na Zona Oito, uma das únicas que não fora destruída por Elas:
A Floresta de Principados.
Lá, um jovem de dezoito anos corre velozmente. Seu cabelo é tão negro como o brilho de uma estrela inversa, algo raro, dividido no meio de maneira impecável e caído sobre o rosto, seus olhos são de um verde vivido e seu corpo, embora lhe falte um mês para completar dezenove anos, é o de um rapazote magro que aparenta nunca ter feito sequer um calo de esforço. Ele traja um manto majestoso, mas o luxo, neste caso, apenas o atrapalha e reduz sua velocidade para a fuga.
Mas por que ele foge...
... Ele não sabe.

__________________________________________________________________
Em uma sala pequena, mas não pequena o suficiente para não caber uma mesa elegante, com dez assentos ao redor dela e uma iluminação arrebatadora, gerada por centenas de velas em recipientes de ouro, tudo ornamentado de maneira esplendorosa. Um lugar secreto e requintado, sem portas nem janelas, sua única entrada ou saída se encontra em uma parede falsa, a única em que não há quadros. A sala-resposta à parede dá na antecâmara ao quarto do rei, no segundo andar do palácio. Na pequena sala todas as quatro paredes são fortificadas por um material muito resistente, de maneira que até mesmo explosivos e bombas não a destruiriam facilmente.
Nessa sala aconteceu algo muito significativo para o rapaz de cabelos negros.
__________________________________________________________________
O jovem continua a correr, com o máximo que seu corpo e suas vestes lhe permitem, desviando das árvores no caminho. Ele ouve um som como de galho quebrando, vindo logo detrás dele e olha instintivamente para lá. O grupo que fora mandado em seu encalce finalmente havia o alcançado. A longa capa vermelha e laranja, e um circulo onde há um símbolo de uma pirâmide e um sol, mostram que não há erro quanto a isso.
Ao ver aquela capa o rapaz estremece, não poderia se descuidar, os que estão o perseguindo são muito perigosos e ele sabe muito bem disso.
“Ah, que nojo... Não acredito que vou ter de ir por ali!”. – Ele pensa.

O rapaz corre virando totalmente à direita.
“Eles são da elite arábica. Não há outro jeito!”.
__________________________________________________________________
Os quatro que o perseguiam fazem uma pausa...
– Veja o que você fez!– Declara um homem alto e forte, de cabelos grisalhos, apontando para o fugitivo e encarando uma garota. E ele continua a falar, olhando para a jovem baixinha, ruiva e sardenta. – Ele entrou no Pântano Oriundo... Se nós chegássemos de mansinho ia ser bem mais fácil! Não acredito que você vai me fazer sujar a minha nova calça...
– O que?! – Grita a jovenzinha de voz aguda ao notar que era com ela que o homem reclamava. Ela chega bem perto dele, bufando e encarando o rosto quadrado e com um grande buraco no queixo. - Por que você está olhando pra mim seu velhote?! – Diz metendo o dedo no meio da cara dele.
– Ve... Ve... Ve...?¬ – balbucia o homem.

A garota aponta o dedo para um rapaz de cor anêmica e traços infantis.
– Foi tudo culpa do Eduard! – Grita ela e olha pro garoto com um sorriso perverso.

O rapaz cai pra trás, sentado no chão, aparentemente morrendo de medo e dizendo algo como: “Eu?... Me... desculpe!”. Mas de maneira tão amedrontada, gaga e baixa que se torna impossível saber ao certo! E o homem que falava primeiro termina sua frase finalmente:
– Ve... O que? Acho que não devo ter ouvido direito! – Pergunta à garota, com um sorriso entre dentes e com sua crise de piscar os olhos rápido atacada.
– E ainda por cima está ficando surdo?! ...Velhote... Idoso... Ancião... – Ela explica.
– Sua...
– Parem... Parem... – Uma risada prolongada. – Assim vocês vão me matar de tanto rir!
Se manifesta um homem de pele bronzeada e cabelo até a cintura.

Desde o começo da discussão ele estava rindo e abafando com as mãos; agora ele já não aguentara mais e explodira em gargalhos. Ele tenta falar recuperando o fôlego e apoiando a mão direita numa arvore e a outra no joelho, meio encurvado, entre risos:
– Mas sério! Vocês não acham que já demoramos demais com essa discussão?! O príncipe já deve ter tomado uma boa distância de nós agora...
– Você tem razão Daniel! Já estaríamos com o príncipe em nossas mãos se não tivéssemos tido essa discussão tola.
– Não foi tola... Foi divertida! E não me chame de Daniel – Daniel protesta ironicamente e rindo.
– Que bom que você se divertiu com nossa discussão Dan! – A garota fala de maneira estranhamente meiga para quem viu ela á pouco.
– Realmente, foi muito engraçada Mary...
– Vamos Eduard, levante-se. – Solicita o “velhote” do grupo.

O rapaz que estava sentado, segurando as pernas, e com a cabeça repousada entre os joelhos, a levanta e arregala os olhos, surpreso. Fala timidamente:
– Ah... S-sim... Mich-e... Michelange-gelo... Des-es... Desculpe-me.

Um vento bate e faz com que a capa desabotoada da garota se levante o suficiente para se ver uma espécie de espingarda.
Os quatro se organizam apressadamente, todos eles com aquelas capas vermelhas que são cruzadas por dois triângulos laranja, e aquele símbolo. Uma capa única, indicadora de que os quatro são os principais guerreiros da Arábia Saudita, são “Faraós”.


-----------------------
Cada capitulo é sobre um dos três principais, Velaiza volta no quinto, não se preocupem.
ah, e comentem^^


Última edição por Raidam em Sex 9 Abr 2010 - 22:41, editado 3 vez(es)
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Seg 4 Jan 2010 - 10:44

Parte Dois

Retornando aquela sala de reunião, me permita voltar um dia no tempo. Oito daqueles dez lugares, agora se encontram preenchidos. As velas e toda aquela iluminação luxuosa não servem de nada, pois apenas três delas estão acesas. Nesse ambiente escuro, todos que estão ali sentados, trajam uma veste branca com capuz de mesma cor. Eles são os conselheiros do rei da Arábia. Escolhidos pelo próprio monarca, em sigilo absoluto. Um não sabe quem é o outro, ou pelo menos não deveria saber.

– Por que essa reunião tão urgente? – Ouve-se uma voz de velha alterada digitalmente.
– Calma minha jovem... – Agora uma voz de velho, que transborda paciência, mas sem tal alteração.
– Duas reuniões em menos de uma semana e você me pede calma?!
– Você entenderá. Paciência... Paciência.
O homem se levanta e retira seu capuz.
“O irmão do rei!”. A maior parte deixa escapar de seus voicefônicos.
– Sim! Sou o irmão do rei... – Responde o velho, entre a barba longa e branca assim como seu cabelo. – Agora entendam o motivo de tal assembléia:
Na ultima reunião em que Marcos estava conosco, ele nos deixou bem claro quem o sucederia... Mayron! Mas que o príncipe Yuzam deveria assumir o trono após cumprir a profecia. Eu nunca tive apreço por Mayron, pelo contrário, mas meu irmão nos ordenou: “Sirvam à Mayron, como servem a mim. Não o desobedeçam e sigam tudo o que ele diz.”.
– Como você pode falar que não tem nenhuma consideração por Mayron?! – Exclama uma voz de tom escandaloso, masculino e alterada assim como as outras. – Sabemos que Mayron nunca falhou, graças aos conselhos dele nosso reino ainda consegue prosperar em meio ao caos. Arábia... Até mesmo o próprio rei, não seria nada sem ele.
– Eu concordo! – Diz uma outra voz, anciã e masculina e digitalizada se é que preciso ainda mencionar.
– Paciência, conselheiros. Os meus sentimentos por Mayron não são importantes, eu nem deveria ter me manifestado a respeito disso. E isso não convém a esta assembléia.
O que convém aqui é o primeiro desejo de Mayron como líder da Arábia...
– Como rei! – Corrige aquela mesma voz escandalosa.
– Pois bem. O primeiro pedido de Mayron como rei da Arábia. Tal desejo contraria a vontade de Marcos...
– Então fala logo. – Volta a se manifestar aquela primeira voz, da velha.
– Mayron quer que matemos Yuzam.

Predomina por algum tempo, certo silêncio.
__________________________________________________________________
O rapaz para, encostando as costas numa árvore e se sentando.
“Não agüento mais!”

Suas roupas, todas sujas.
“Eca, que cheiro fétido! Eu estou imundo... Não acredito que Eu, Eu um dia ia vir parar no esgoto da Arábia...!”

O Pântano Oriundo realmente, sempre foi o esgoto da Arábia. Antes era uma das fontes de água do planeta, mas como a Arábia Saudita possuía três fontes, eles escolheram uma delas para retornar o esgoto das suas cidades e com o crescimento da Floresta de Principados, o lugar se tornou um pântano nojento. Mas aqueles que se adentram muito no Pântano Oriundo, buscando pelo tesouro que dizem ter lá, correm um grande perigo de não voltarem nunca mais, pois a fonte ainda existe, e há o perigo de chegar a uma parte em que se afunde nela. A fonte do lugar é uma das menores conhecidas, abrangendo uma área de duzentos metros quadrados, porém ela está encoberta pela mistura de água, areia, terra, esgoto, entre outros. A área total do pântano é algo em torno de quatro mil e trezentos metros quadrados.
Há um dito popular arábico que fala: “Tudo acaba no Pântano Oriundo!”.

Voltando ao garoto. Ele termina de se recuperar de um ataque de vômitos.
“Então é isso que se chama vomitar?... Tudo acaba no Pântano Oriundo não é mesmo?!... A meu ver, só os dejetos do meu povo acaba aqui. Isso não é um lugar digno de mim... Eca... Tenho que sair logo daqui...”.

O jovem se levanta. Os pés atolados na lama.
“Que nojento. Meu cabelo, meu cabelo deve estar... Não pense nisso! Não pense nisso! Que cheiro...”.

Ele ouve um ruído e se vira de supetão.
“Um pássaro?! Esse é o segundo pássaro que vejo em minha vida toda! O primeiro foi no dia em que minha mãe morreu... Não deve ser um bom sinal! Os Faraós estão atrás de mim afinal.”.

O garoto de cabelos negros volta a correr, mas bem mais lentamente, pois seus pés se prendem na lama. Alguns metros à frente ele para novamente. Ele teve uma idéia.

O jovem arranca uma parte de sua roupa e faz um caminho direcionado para a fonte do pântano. “Além de facilitar para correr pode ajudar á engana-los”. – Ele conclui.
“Como eu sou esperto... É claro! Afinal, eu sou o príncipe!”.


Última edição por Raidam em Qua 6 Jan 2010 - 15:48, editado 2 vez(es)
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~ Passagem ~ Empty Re: ~ Passagem ~

Qua 6 Jan 2010 - 20:39
Cap. II: Parte final

O silêncio da sala é quebrado por uma voz tremula:
– Matar Yuzam?! – Ouve-se. À voz feminina e jovem e também digitalizada.
– Sim! Ele deseja que...
– Como assim matar o príncipe? – Ouve-se outra vez no salão aquela voz escandalosa.
– Isso só pode ser um engano seu. – A voz de um jovem.
– Não é um engano. É uma ordem dada por Mayron. Primeiro devemos prender Yuzam e o deixar encarcerado até que Mayron retorne de sua busca e converse com ele. Após isso, ele falou para prepararmos uma forca exuberante aqui em Egito para a morte do príncipe.
– Nos prove isso que diz... – A voz de um homem extremamente digitalizada para um rouco e ainda não ouvida na sala.
– Defina a palavra provar. Você está me chamando de mentiroso? Eu recebi uma carta, trazida por aquela menina que sempre está com ele.
– Por que Mayron desejaria algo assim? – Àquela voz anciã que disse: “Eu concordo!”.
– Penso ser pelo fato de que ele almeja eliminar as chances de perder o trono algum dia.
– Faz algum sentido... – A voz daquele jovem novamente.
– Claro que não faz sentido! – Voz do homem escandaloso.
– Ele está mentindo, nos envenenando contra o novo rei. – Diz aquela voz rouca. – Sua prova não é nenhum pouco convincente...
– Eu não me importo se vocês criam ou não no que digo. Porém, é bom ver que vocês são contra a idéia de matar o príncipe.
– Mayron nunca pediria algo assim! – Aquela voz de velha pronuncia.
...
– Mentira! A verdade é que isto realmente é o que eu ordenei...

Um homem alto e forte, de ombros largos, está parado junto à entrada semi-aberta da sala. Todos atentam o olhar para ele. O seu cabelo loiro, tremeluzindo a pouca luz do salão. As vestes são as mesmas de quando Velaiza o conheceu, uma roupa azul-escura, com vários detalhes negros e uma longa e espaçosa capa de tom marinho que cobre seu corpo. Sim, é Mayron.
_______________________________________________________________
– Ei, olhem! – Aponta a garota pra algo de cor escarlate no meio daquele pântano de tonalidade verde.

Os quatro se aproximam e constatam ser uma peça de roupa.
– É das vestes do Príncipe Yuzam. – Anuncia Michelangelo.
– Ah, não diga... Todos já perceberam isso! – Mary fala rudemente. – Bom, talvez o Eduard não tenha percebido!

O garoto que estava olhando para baixo e roendo a unha do dedão, pula recuando e esconde a mão para trás:
– Hã... Des-Des... Descul-pa... – Eduard lamenta e volta a olhar para baixo.
– Oh! – Exclama longa e meigamente a garota e depois, repentinamente briga – É claro que eu não te desculpo Eduard!
– Hã... – O rapaz faz uma cara próxima a de choro.
– Vamos seguir esse rastro! – Comanda a garota.
– Aff, novatos são tão... Se nós seguíssemos esse rastro de roupas, não chegaríamos a lugar nenhum... – Diz o senhor de cabelos grisalhos: Michelangelo.
– Como vocês me divertem! – Dan fala em risos.
Michelangelo torna a falar, contrariando a si mesmo.
– Lugar nenhum eu não digo, mas não encontraríamos o príncipe indo por ai...
– Como você sabe?! – Protesta furiosa a garota, os olhos apimentados. – O príncipe não é tão esperto assim!

Michelangelo nem mesmo a responde, se afastando um pouco do grupo...
Dan se recupera e chega bem próximo a ela colocando o cotovelo sobre uma árvore, o braço dobrado de modo a sua mão segurar-lhe a nuca. Nesta hora fica claramente destacado os seus grandes músculos, ainda mais claramente porque as mangas de sua capa estão rasgadas, assemelhando-a a uma regata. Ele começa a explicar:
– Pense comigo Mary... Por que o príncipe iria ir para o meio do pântano sabendo que quanto mais adentro mais perigoso se torna de afundar nele? E por que o príncipe iria ir até lá deixando partes de suas roupas pelo caminho de modo a formar um trajeto?
A resposta é: por que ele nos subestima! Sabe... Ser subestimado é uma vantagem. Basta dar uma pequena olhada para ver que esse trapo foi rasgado por ele mesmo. O príncipe, na verdade apenas facilitou para que o achemos, ele desperdiçou o tempo que poderia ter fugido para fazer uma pista falsa como essa...
– Encontrei o rastro dele. – Michelangelo grita ao longe. – Vamos...
_________________________________________________________
O príncipe que agora já havia saído do pântano, escuta vozes mais a frente. Ele se aproxima vagarosamente e espia por entre as árvores. Uma caravana de pessoas de vestes simples e carregando varias bagagens esta passando por ali. Ele tenta se aproximar um pouco mais, pretendendo ver melhor o que se passa e vai engatinhando. Parece estar havendo uma discussão no local. Repentinamente ele ouve um estalido ao seu lado. Ao olhar vê quatro pernas e antes de pensar em qualquer coisa, sente uma pancada na cabeça e perde a consciência.


_______________________________________________


Próximo Capitulo: Figmento
Prévia:
Em meio a areia da ‘Zona Cinco’
acham-se duas crianças se divertindo.
Uma corre atrás da outra, qual numa brincadeira de pega-pega...
Elas nem imaginam o que está vindo na direção delas.

________________________
Comentem ok?! ^___^


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Qui 7 Jan 2010 - 12:46
Capitulo III: Figmento
Primeira parte


Em meio a areia da ‘Zona Cinco’ acham-se duas crianças se divertindo.
Uma corre atrás da outra, qual numa brincadeira de pega-pega...
Elas nem imaginam o que está vindo na direção delas.


Apenas alguns quilômetros de onde se encontra os pequenos, uma hoste numerosa vem marchando. Nos braços deles é indicado que o nível do condicionador está baixo... Eles deviam estar andando há dias e tudo aponta que eles vinham de uma zona de maior perigo, provavelmente de uma região mais inicial da Z-5, ou talvez, até da ‘Zona Quatro’. Em cima do único corcel está o nostálgico líder, que assim como na maioria das histórias e fabulas, assume a dianteira, ele usa um traje de refrigeração dourado, com um volume duvidoso no peito. – Uma mulher. - O cavalo também usa uma proteção de mesma cor. O uniforme da cavaleira ainda possui outras diferenças, o indicador de condicionamento em seu braço consiste numa delas, ao contrário dos outros, ela continua com o seu quase cheio, entretanto, isso só se dá graças aos quatro tubos de nitrogênio extras de seu traje.
Os uniformes que eles usam assemelham-se à mistura de algo como roupas de natação e trajes de astronautas, porém, há vários suportes metálicos e tecidos sobre o traje principal, um apoio para as armas, uma espécie de capacete, entre outras coisas.

Um dos soldados sai de sua posição e se junta à líder para falá-la:
- Ei senhora! Todos estão reclamando... Já faz três dias que estamos marchando até a suposta cidade e até agora não encontramos ela. A senhora tem certeza de que essa cidade realmente existe?

Todos temem por Ribi ao ver o que ele faz, mas também, enchem-se de um grande respeito por ele.
“Que cara corajoso”, era o pensamento deles, que esperavam a resposta da comandante... Ela havia parado, fazendo com que todos parassem e apenas virara para ele a fim de escutar o que dissera. Após a pergunta, fez com que o cavalo virasse de modo a ficar de frente com todo o exercito. O rapaz continuou ao lado dela.
- Vocês estão pensando no quanto este rapaz é corajoso não é mesmo?! – Adivinha a comandante, calmamente. As centenas de soldados ouvem as palavras graças a um amplificador de voz conectado a roupa dela.
- Realmente ele é muito corajoso. A ponto de questionar-me e me chamar de mentirosa...
- Não, não foi isso...
- Quieto! – Ela fala olhando para ele, depois volta a olhar para frente.
- Faz apenas três dias que estamos marchando, e vocês estão murmurando pelas minhas costas... Eu já sabia de suas reclamações antes mesmo de manifestá-las.
Vocês realmente são um bando de vermes! Deveria acabar com vocês agora mesmo...

Todos ficam amedrontados com as palavras dela. Subitamente ela fala:
- Hã?! Não. Agora não...
“Você não sabe falar com eles. Deixe-me me manifestar mais uma vez...”.
“Eu estou apenas os ensinando... Ensinando a serem obedientes a mim: pelo medo!”.
“Ah Aghata, você acha mesmo que o medo é o melhor jeito de se liderar? Vamos...”.
“Claro que é! Mas já que você faz questão de falar com esses vermes, então que seja!”.


___________________________
Espero comentários^^
São oq me motiva! Obrigado a todos que estão lendo *-*


Última edição por Raidam em Sex 9 Abr 2010 - 22:52, editado 1 vez(es)
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Qui 14 Jan 2010 - 1:04
Parte Dois

- Keynme, o que são aqueles pontinhos? – Pergunta uma garotinha, apontando para o horizonte.
- Eu não sei Carinia... – Responde o garoto que sequer dera uma olhada de verdade.
- Vamos continuar. Você é quem pega!

O garoto sai correndo e a menina continua parada olhando para o horizonte.
Ela tem dez anos, cabelo laranja e cacheado, olhos castanho-esverdeados. Não se esqueça da aparência dela, pois está obvio sua importância na história. O menino tem doze anos, cabelo castanho e ondulado, olhos verdes e escuros, e embora seja mais velho, tem a mesma altura dela, cerca de um metro e quarenta centímetros.

“Acho que não devíamos ter saído da cidade.” – Pensa a menina, e depois de ver o exercito se aproximando grita de modo choroso:
- Keynme! – E depois fala apressadamente:
- Acho melhor nós voltarmos e avisar o que está acontecendo.

Ele vem até ela e responde em tom de pirraça:
- Não seja idiota Carinia. Se não quer mais brincar não precisa fazer caso. – Ele puxa uma fitinha azul que prende os cabelos dela e se afasta sorrindo – Mas se você não me pegar eu não vou devolver...
- Idiota. – A menina despenca a chorar. – Você sabe que eu odeio que façam isso...
- Então vem pegar!
- Mas você não está me ouvindo?! – Carinia se acalma, aponta para o exercito e diz:
- Olhe! Temos que voltar para casa.
- Por que você não me avisou antes?! – O garoto pega a mão dela e ordena:
- Vamos. Depressa!
- Nós não devíamos ter saído escondido Keynme...
- Corre!
- Eles são inimigos né?!
- Eu não sei.
- Nós não vamos pelos portões né Keynme? Meu pai vai brigar comigo...

Keynme fica em silêncio e para abruptamente. A garota apenas sente o puxão pela mão e recua um passo, por causa da freada súbita.
- Que foi Keynme?
- É o meu pai!
- Seu pai?
- Sim, é o meu pai Carinia! Que está vindo. É o exercito do meu pai que finalmente está voltando.

O garoto a vira de frente pra si segurando nos ombros dela e fala com um sorriso e os olhos brilhantes, deixando totalmente de lado a lógica:
- Depois de todo esse tempo... Eles estão voltando!
- Mamãe me disse que todos eles morreram...

Com uma frase tão simples assim, Carinia destruíra todas as expectativas que o garoto acumulou nesse longo meio minuto, tal como um trator vagaroso que persegue alguém até um precipício, ele não tinha escolha a não ser voltar a usar a voz da razão.
- É mentira! – Grita Keynme. – Mentira! Sua mãe é uma mentirosa!
- Mas mamãe foi a única sobrevi...
- Mentira! Mentira! Mentira! – Ele empurra a garota, que cai no chão. – Mentira! Minha mãe disse que um dia meu pai vai voltar.
- Mas ele nem era... – A garota engole em seco e continua. - Eles partiram antes da gente nascer Keynme, eles já teriam voltado antes não acha? E olhe bem, aqueles...

Keynme em vez de sair da frente do trator de demência, que era muito lento para alcançá-lo, escolherá se atirar no precipício de suas emoções e falsas esperanças.
- Você é igual a eles! – Keynme chuta areia no rosto dela, que ainda não havia se levantado do chão. – Uma mentirosa!

Ele sai correndo de encontro ao exercito.
“Meu pai... Finalmente eu vou conhecer meu pai!”

A líder daquele batalhão o avista ao longe. E dentro da mente dela há uma conversa:
“Uma criança vagando sozinha no deserto? Ele deve ser da cidade.”.
“Por que aquele garoto está vindo em nossa direção Aghata?”.
“Não sei! Achei que você é quem deveria saber Dorsana.”.
“Deve ser por que ele está longe. Não consigo entrar na mente dele.”.
“Mas você já invadiu mentes que estavam mais longes...”.
“Ele tem um bloqueio!” – Diz a voz, pela primeira vez num tom fora do normal.
“Bloqueio?”
“Sim! É algo que você mesma possui, mas graças a mim claro.”
“Como assim?”
“Bloqueio serve para impedir que leiam seus pensamentos.”
“E uma criança pode usar isso?”
“Não, ou pelo menos não poderia! Quando eu estava viva, quando nós reinávamos...”.
“Ah, esquece! Essas histórias chatas eu já estou enjoada. Eu mato o garoto e pronto.”.
“Não, não o mate! Abaixe essa arma. Eu quero saber como ele pode usar um bloqueio. Apenas minhas irmãs podem fazem isso, o que aponta para hipótese de que eu não sou a única que despertou, e que você não é a única pactuaria.”.
“Está bem... Que engraçado, a grande Dorsana perdendo para uma criança.”.
“É. Só pode ser isso! Uma de minhas irmãs voltou e colocou um bloqueio nele, assim como eu fiz em você.”.
“O que eu digo?”
“Diga: ‘O que um garotinho como você faz vagando pelo deserto? ’ E pelo brilho de Solu, fale num tom afetuoso. Isso se você tiver um.”
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Seg 22 Fev 2010 - 21:52
Parte Três

O garoto vem correndo com um sorriso largo em seu rosto. Já está próximo ao exercito.
O sorriso se fecha. E um pensamento racional vem a sua cabeça, quebrando aquele estado de delírio:


“Essas roupas, esses símbolos, eles... Eles são são da minha cidade, eles não são da Índia.
Carinia tinha razão. O que eu fiz? Eles são inimigos.”.


Keynme para de correr.


“Consegui, Aghata. Consegui invadir a mente dele. Um bloqueio não é páreo para meu
poder!”.

“Conseguiu?!”
“Sim. Parece que ele achava que vocês eram do povo dele, mas agora notou a diferença
devido às roupas e símbolos que vocês estão usando e conclui que somos inimigos.
Ele não acredita tanto no que pensa, confia apenas vinte e seis por cento nisso.
É um garoto inconstante e fácil de manipular. Ao invés de dizer aquilo. Diga:
'Finalmente retornamos à Índia! Então, você é nosso compatriota?’”.

“Entendido!”

O garoto, mesmo naquele calor intenso, estava
congelado. Não conseguia mover nada. Ele sabia que não adiantava tentar correr
de volta para a cidade. Um tiro e pronto, ele já era. Então continuou ali
parado, esperando se transformar em névoa, assim como numa lenda de vampiros
que lera, desejando que ninguém o notasse. Mas seu plano foi arruinado
totalmente quando aquele animal de quatro patas, que ele nunca havia visto em
sua vida, parou do seu lado. A mulher tirou o capacete deixando que seu cabelo
verde, longo e brilhante caísse para fora. Os olhos laranja dela se fixaram nos
verdes dele, que erguera a cabeça para observá-la.

Aghata fala com um sorriso, olhando pra ele:
- Finalmente retornamos à Índia! Então, você é nosso compatriota?

O garoto se abala e pensa:

“Então eles não são inimigos?! Será que é o exército de papai?”
Então diz:
- Eu sou Indiano. E vocês, quem são?
- Somos um grupo que saiu há muito tempo daqui e só agora conseguimos retornar.
- É mesmo?! – O garoto exclama animado. Depois acautela.
– E como vocês podem provar isso? Essas roupas... Essas roupas e esses símbolos nelas não têm nada de indiano.

- É por que não são querido, são trajes para andar no deserto, que nós pegamos na ultima cidade que conquistamos.
- Mas dizem que só houve uma sobrevivente...
- É mentira. Uma das mulheres que estava
conosco, uma covarde tenho que admitir, fugiu da batalha e pelo que vejo
conseguiu chegar até aqui e deve ter espalhado... Espalhado que todos morreram
e só ela sobrevivera, pra ficar conhecida como alguém importante. Aposto que
ela tem um cargo importante... Deve estar trabalhando como organizadora dos
afazeres na caldeira não é mesmo?!
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Qui 25 Fev 2010 - 21:58
Parte Final

“‘Pra ela conhecer sobre a caldeira, ela realmente já deve conhecer a cidade’.
Ele acredita oitenta e dois e meio por cento nisso. Já o ganhamos!”.

“Até que enfim... Moleque insistente! Minha boca já esta doendo de sorrir.
E eu to cansada de fazer essa ceninha de gentil.”.

“Mais um pouco. Vamos fazer com que ele nos leve até a entrada, depois podemos usar o
garoto como refém. E eu ainda quero saber o porquê daquele bloqueio.”

“Está bem Dorsana.”.
“Diga: ‘Não quer uma carona até a entrada garoto? Afinal, o sol está bem forte! ’”.
“Certo.”.

Aghata fala em tom de preocupada:

- Não quer uma carona até a entrada garotinho? Afinal, o sol está bem forte!
- Que? Não! Não precisa... Eu consigo ir andando! – Keynme diz se achando o adulto.

“Aghata, você estragou tudo!”.
“Por quê?”.
“Era ‘garoto’, ‘garotinho’ é outra coisa!”
“Então me deixe mata-lo de uma vez!”.
“Credo. Você só pensa em matar, matar, matar...”.
“Assim você me faz parecer uma vilã! Que eu saiba é você quem me pediu para destruir a
vila desse garoto e não poupar nenhum dos habitantes.”.

“Mas você sabe que é por um bom motivo... Os fins justificam os meios não sabe?”.
“Tá, que seja! Então, o que eu faço com ele?”.
“Você não faz nada, só repita exatamente o que eu falar!”.
“Está bem.”.
_____________________________________________________________________
- Depressa! Abram logo... – Exclama Carinia desesperada.
Os olhos dela estão machucados por causa da areia que caiu neles.
E isso foi o que a fez demorar pra chegar ali.
– Eles estão chegando...


O portão é um grande circulo (cerca de sete metros de diâmetro),
localizado diagonalmente, numa duna. Ele se abre e um homem sai
e atenta para a garota com um olhar repreensivo.

- O que você está fazendo fora da cidade Carinia?!
- Eles estão vindo, Senhor!
- Eles quem?!
- Eles! – Ela diz apontando às costas do homem.
O homem se vira e se espanta com o número dos inimigos.


- A Carinia está logo ali! – Diz o garoto montado no cavalo com Aghata, segurando a cintura dela.
– Quero só ver a reação dela quando descobrir que sua mãe é uma ment...


Aghata nem prestara atenção no que o garoto dizia,
ela aguardava a voz lhe responder uma pergunta.

“Está bem, Aghata. Pode.” – É a resposta ouvida.

O garoto para de falar e fica meio imóvel quando vê Aghata pegar sua arma,
(muito parecida com a daquela faraó, aliás) há três buracos para a saída das balas, três gatilhos, e três ferrinhos usados para ajustar a direção do disparo. Aghata a segura com uma mão mirando a arma para frente e o garoto a empurra ao mesmo tempo em que ela puxa dois dos gatilhos. Uma das balas acerta o guarda na cabeça e a outra acerta a garota.
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Qui 4 Mar 2010 - 22:40

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Passagem


2º Ato: Transição

“As guerras prevalecem em um mundo de caos. Os que querem sobreviver, lutam por isso. Cores tristes e bem claras, misturadas sempre com o vermelho vivido daqueles que morrem no campo de batalha, são as cores que imperam. Muitos procuram uma chance de começarem suas vidas; longe da luz.”

_________________________________________________________________

Capitulo IV:
Tâmbi




"Será que isso é a morte? Sinto como se eu tivesse os olhos abertos, mas tudo continua escuro. Parece que estou deitado. O que aconteceu? Lembro de ter visto duas pessoas, quero dizer, ter visto as pernas deles, mas... Não eram os faraós! Eles não usavam as capas, eram roupas de pobres. Não pode ser, se fosse os faraós, ainda não seria tão mal, mas... Ah, morrer por meros joão-ninguém? Isso não é digno de um principe! E que coisa mais sem graça a morte: Uma eterna escuridão? Só isso? O que? Meu estomago roncou e... Eu estou com fome."

- Eles já foram. Podem tira-lo daí. - Uma voz masculina e grossa.
- Sim, Okazi. - Responde outra voz masculina.

"Espere, essa vozes... Não acredito que alguém tão inteligente como eu não tenha percebido isso. Eu estou dentro de... Alguma coisa."

- Ei, qualquer um que esteja aí fora, ordeno que me tirem daqui. - O principe grita de dentro de um caixão.

As pessoas daquela caravana montaram um acampamento, cerca de um quilometro distante de onde o principe havia a visto. Seis tendas estavam armadas ali e em uma delas estava o caixão onde o principe se encontrava. Era a tenda mais vazia. Havia apenas um tapete da que ia da entrada da mesma até o caixão, localizado em cima de um altar, no centro da mesma. Havia também a foto de uma velha magra e toda enrrugada e arranjos com flores e coisas do tipo.

Um daqueles homens na tenda, faz um tipo mulato, tendo cabelo preto e cacheado, pele morena e olhos castanho esverdeados. Está vestido elegantemente. O outro homem é mais alto do que o comum, uns dois metros e cinco, cabelo curto e crespo, negro, os lábios largos e finos.

"Ordeno que me tirem daqui, é?"
- Espere, Labã. Mudei de idéia. Deixe o nosso "querido" principe aproveitar a escuridão por mais um tempo.
- Está bem, senhor. - O "gigante" responde sorrindo.
- Vem, vamos comer alguma coisa.

- Vocês aí! Não me ignorem, eu sou o principe da Arábia. - Yuzam grita tentando forçar o caixão a abrir. - Me tirem daqui! É uma ordem.
- Nós sabemos quem você é. - Labã fala em direção ao caixão. - E eu tô com fome mesmo, senhor Okazi. Sabe o que a Lise preparou?
- Não sei, mas parece que vamos descobrir não é. A comida dela é sempre tão boa.
- Verdade.

- Ei! - Grita prolongadamente o principe, então seu estômago ronca mais uma vez.

Os homens deixam a tenda falando sobre quão deliciosas eram as refeições que a Lise preparava e não dão a minima para as "ordens" do principe.

"Quem eles pensam que são? Droga! Estou com fome."

- Tragam-me algo para comer pelo menos. - O principe começa a frase num berro e a termina num choramingo, porém, já nhão havia mais ninguém


Última edição por Raidam em Sex 9 Abr 2010 - 22:54, editado 2 vez(es)
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Qui 25 Mar 2010 - 21:41
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Capitulo IV:
Tâmbi
(Parte 2)

- Estou dizendo... Nós deviamos voltar lá. - Diz uma garota ruiva e frustrada pisando duro
- Quer prestar homenagens à morta ou é a sua "intuição" feminina dizendo que o principe está com os africanos? - Michelangelo fala tirando sarro de Mary. As risadas de Daniel são ouvidas instantâneamente.
- Seu velhote idiota! Eu era uma Magdala... Consigo observar muito mais que tolos como você... E o Eduard. - Ela olha de canto de olho para o garoto, com um sorriso maligno.
- HAHAHA... Ei, vamos parar com isso. - Daniel tenta apaziguar.
- Grande coisa você ter sido uma Magdala. Um bando de mulheres fracas. E se você fazia parte, deviam ser retardadas também.

Foi questão de três segundos:

Mary retirou sua arma da cintura, os dedos nos gatilhos, a arma apontada para a cabeça de Daniel e sentido a pressão de uma lâmina em seu peito, na direção do coração.

Ao mesmo tempo, Michelangelo puxou dois "revólveres" e os mirava, um na cabeça e outro no coração de Daniel, mas também sentia a lâmina apertando lhe o peito.

Naqueles três segundos, Daniel, puxando duas adagas, se colocara entre eles.
- Acho que a briguinha foi meio longe já. - Dan disse risonhamente.
- Da próxima vez que você entrar na frente, puxo o gatilho assim mesmo. - Michelangelo fala sombriamente enquanto guarda os revólveres. Daniel fica sério pela primeira vez:
- Você poderá tentar. - Depois dá um sorriso cinico para Michelangelo e o mesmo retribui o sorriso por um momento e depois volta a ficar com a cara fechada.
- Michelangelo, está certo, as Magdalas podem até não ser uma das organizações mais fortes, mas em espionagem, é considerada a melhor e todas nós passamos por um treinamento rígido, aprendemos a ver os detalhes e a notar até se uma pessoa está mentindo ou dizendo a verdade. - Mary fala sem emoção.
- Se eu quisesse uma aula sobre essas Madalenas, eu pedia.
- Aaargh! Viu, não dá pra ser legal com você.
- Primeiro, se vocês fossem tão boas assim para notar os detalhes você teria percebido a tentativa de armadilha com as roupas, que o principe fez lá no pantano. Segundo...
- Me diga como era o homem com o qual você falou na caravana.
- Que? Ah, quer me testar? Ele estava com uma roupa mais elegane que a maioria, meio que um sobretudo roxo, com alguns botões de ouro. Tinha dois anéis em uma mão e um na outra, botas de couro, um alargador de orelha. Tinha o cabelo cacheado, os olhos esverdeados... Eu tenho uma boa memória querida.
______________________________________________________________

- Essa sopa esquenta mesmo, Lise. Nossa, minhas orelhas estão queimando.
A moça de cabelos ondulados e uma das poucas de cor branca sorri.
- Isso, é por que deve haver uma bela dama falando de você.
- Tomara. - Okazi fala com um ar forçado de esperança.
- Ou... - Labã começa e faz uma pausa. - Pode ser um cavaleiro apaixonado.
Os três riem juntos.
- Deus queira que não. - Okazi fala ainda rindo.
- Sem querer mudar de assunto, mas já mudando... - Lise começa.
- Acredite, pode mudar. - Okazi demonstra o quanto faz questão de sair daquele assunto.
- Algum de vocês sabe onde está a Thereza?
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Sex 26 Mar 2010 - 22:34
Parte 3



- Quem está aí? - O principe grita de dentro do caixão ao ouvir um ruído do lado de fora. Fica mais atento e consegue escutar o passo de alguém se aproximando.
- Ordene que me tirem daqui. - Berra. Então, bem próximo, ouve uma linda risada feminina. - Quem é você? - Ele teve um certo receio de que pudesse ser aquela garota faraó, não havia chegado a ouvir a voz dela, por que ela havia entrado recentemente para os faraós.
- Sou uma Magdala e também uma devota de Ariana. - A voz é bela.
- Não sei quem é essa. Mas já ouvi falar das Magdalas.
- Essa?! Como ousa falar assim de Ariana? Moleque indulgente. - A voz da garota estava bem irritada, depois recuperou a calma. - Tudo bem, Ariana faz questão de ser anônima mesmo, não é muito conhecida por essas bandas.
- Ah, então ela é alguma rainha ou princesa pelo modo como você se refere. Minhas desculpas, nunca ofenderia alguém...
- Não, ela não é da nobreza.
- Como é? - O principe pergunta surpreso.
- Na verdade, ela trabalha como cientista, inventa coisas.
- Eu retiro meu pedido de desculpas. - O principe fala todo pomposo.
- Pelo brilho de Lom. Como você é mimado, mesquinho, cheio de si, metido...
- Sua... Mera magdala. Se ajoelhe perante tal grandeza e peça desculpas. Eu poderia mandar mata-la por tais insultos. - O garoto fala meio irado.
- Aí vai realmente parecer que estamos em tâmbi.
- Tâm o que?
- Tâmbi. É um costume entre os povos de pele escura. Alguns chamam de luto.
- Não importa esses seus costumes. Me tire daqui agora. - Ele faz uma pausa e retoma.
- Isso é uma ordem do magno Principe Yuzam, da sétima geração dos Ravllors
______________________________________________________________
- Só lembra disso? - Mary pergunta satisfeita.
- Eu me lembro perfeitamente dele, só é dificil ficar descrevendo.
- Perfeitamente? Interessante. De que cores eram os anéis dele? Quantos botões haviam no "sobre-tudo"? O que ele vestia por baixo do casaco? E o colar que ele usava? Esqueceu do colar, senhor Michelangelo?
- Você está blefando. Nem você sabe essas daí.
- Quer apostar?
- Essa discussão de vocês está muito sem-graça e nós temos de encontrar o principe, então vamos começar a procurar um rastro. - Dan interrompe.
- Que eu saiba, eu sou o lider aqui, Daniel. - Michelangelo fala com uma pequena expressão de vitória no rosto.
- Então como líder, você acha que deve continuar uma discussão vã enquanto o principe pode estar se afastando cada vez mais? Acha que devemos nos atrasar e correr o risco de que Mayron fique "ressentido" com nossa demora e acha que uma discussão boba é mais importante do que a missão que nos foi designada?
- Não, não é isso! Vamos... Vamos procurar por um rastro do principe.
- Estou dizendo que ele está com aquela caravana. - Mary fala se conformando com a derrota, como ultima tentativa.
- E-Ei pe-pe-ssoal. - Eduard falando pela primeira vez ali.
- O que é, Eduard?! - Mary pergunta grintando com ele.
O garoto ergue a mão e aponta com o indicador um pequeno pedaço de tecido preso a um galho. Michelangelo se adianta e analisa o tecido.
- É do principe. - Diz calmo. - Vamos.
Ao passar por Eduard, Daniel dá um tapinha nas costas do garoto:
- Muito bem, rapaz. - O garoto fica todo sem graça.
Mary passa logo em seguida, com o rosto maligno pronto:
- É, muito bem. - Fala em tom de satira. A garota se apressa e chega ao lado de Michelangelo.
- Prata, verde e cobre. Oito e com passáros em relevo. Uma camisa preta simples e calças de couro marrom. Colar com corrente de ouro e uma moeda com uma estrela desenhada. - Diz a garota, com um sorriso vitorioso e depois permite Daniel ultrapassa-la. Ainda dá uma olhada para trás, com cara de mal, a fim de assustar Eduard. Mas o garoto não tem nenhuma reação, continua correndo normalmente. Então ela vira para frente, frustrada e continua a correr.
__________________________________________________________
[b][center]


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Nome do Personagem: Marvoc

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Sex 9 Abr 2010 - 23:05
Parte 4 (Final)

"Mayron, chame o líder dos faraós até aqui, ele chegou a pouco no castelo. Irei falar com ele, então coloque as luvas."
"Sim, minha senhora."

Sentado em uma cadeira luxuosa, próxima ao trono do rei, Mayron chama à um membro da guarda com um sinal, enquanto coloca uma luva preta com detahes vermelhos em sua mão esquerda.
- O que desejas, Conselheiro?
- Chame o lider dos faraós aqui.
- Creio que ele esteja em uma missão agora, senhor.
- Ele já chegou. Vá chama-lo.
- Sim, Conselheiro. Com licença.

"Mate-o."
"Como é, minha senhora?"
"Mate o guarda."
"Esta bem."

Enquanto o guarda caminhava para sua missão, Mayron empunha uma espada bastarda e corre na direção do homem, o mesmo olha para trás a tempo de ver a espada se erguendo e deslizando na sua direção. Com tremenda agilidade ele retira a espada e a coloca defronte a de Mayron, que por sua vez, quebra a outra espada facilmente, faz um rasgo no peito do guarda, cortando até mesmo a armadura e se enfia no chão, quebrando um pedaço do mesmo.
- O que é você? - O guarda fala assustado tentando correr sem nem se levantar direito
- Sou um Pactuário, mas isso, você nunca saberá o que é.

"Idiota, quem lhe deu autorização para falar. Por sorte nenhum dos guardas ouviu."
"Desculpe minha senhora."
"Você devia ter apenas dado um tiro na nuca desse guarda e pronto."
"É que eu adoro espadas... Mas desculpe-me, minha ama."

Mayron puxa a espada de modo a trazer um pedaço de concreto junto a ela, e dá um soco no mesmo que começa a se romper.
"O guarda a esquerda."
Antes que caia da espada, Mayron arremessa o concreto na direção do homem, que para se defender, faz a pior coisa possivel. - Coloca os braços em frente ao rosto.
"O que foi, minha senhora?"
"Aquilo."

Um outro guarda surgira na frente do que estava caido. Esse por sua vez, empunhava um escudo, ao chocar-se com a pedra, o guarda deu três passos tortos para trás, quase caindo. O escudo se amassou, mas ele havia conseguido defender o amigo.
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- É, eu sei quem é você, principe Yuzam. O destinado, ela sabe que pode ser você o destinado para mata-la, mas mesmo assim o ajuda. Eu não compreendo tanta bondade.
- O que? Do que você está falando? - O principe pergunta confuso.
- Nada, nada, nada...
- Por que vocês me prenderam aqui?
- Não é exatamente uma prisão, na verdade, eles já deveriam ter tirado você daí.
Houve um barulho estranho vindo do caixão.
- Isso foi o seu estômago? - A voz pergunta rindo.
- Não, claro que não.
- Não minta! Você é péssimo nisso. Aposto que os principes também precisam comer.
- É, é... Estou com fome.
- Vou buscar alguma coisa pra você. Falar com Okazi.
- Me tire daqui antes.
- Só Okazi pode fazer isso.
- Só ele tem a chave?
- Chave? Não, não é isso. Só ele tem o direito.
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- O que significa isso? - Mayron protestou.
O homem se levantou, recuperando o ar e falando corajosamente.
- Ele é um membro da Guarda Real, merece uma morte honrada e um julgamento, ou no minimo uma explicação para uma execução. Não ser apunhalado covardemente pelas costas.
- Como ousa.
- Eu não sei o senhor Conselheiro sabe, mas ainda não se tornastes o rei. As leis anteriores continuam válidas.

Mayron empunha uma arma, a mirando na direção desse guarda.
- Acha que pode falar assim comigo!? - Mayron pergunta frustrado.
"E posso saber por que é para matar aquele guarda, Azélia?"
"Cuidado com a boca, Mayron. - Ou vai perde-la. Essa não é a maneira certa de me falar e já lhe avisei antes, não para falar meu nome nem mesmo em pensamentos ou será castigado."
"Mil perdões, minha senhora. É que ele realmente me... Perdão."
"Agora, respondendo sua pergunta; não, você não pode saber. E abaixe logo essa arma.
Todos os guardas desse salão estão pensando em dar um passo a frente e entrar nessa rebelião. Você só faria dele um mártir. Poupe os dois... Por hora."
"O que eu digo então, minha senhora?"
"Espere, estou procurando uma frase que possa apaziguar a todos."
"Sim, minha senhora"

- Ahhhhhhhhhh! - Mayron grita de dor, repentinamente. Um soco dado no fio da espada, todos os dedos da mão direita torcidos para traz, os ossos deles aparecendo e bastante sangue. A arma de fogo que Mayron empunhava, caida no chão.
"O que?"
"O castigo que lhe prometi caso falasse meu nome. Veja que fui boazinha dessa vez.
Diga a eles: 'Me desculpem!' E então saia. Ver você sangrando, fez eles lhe acharem mais humano. Vá até a biblioteca do castelo, Wendel está se dirigindo para lá."
"Sim, minha senhora. Grato pela misericórdia."
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