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Miroku-sama
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[Two Sides] - a saga de dois garotos Empty [Two Sides] - a saga de dois garotos

Sex 24 Abr 2009 - 23:30
"Two sides" retrata história de dois jovens, seus sonhos, conflitos e
realizações em um Japão
feudal, marcado por grande instabilidade política e fragmentação. Período de
intensos conflitos e disputas por poder por parte de senhores locais, que eram
detentores de vastos domínios nos quais exerciam sua autoridade.




Prólogo


Era difícil definir a emoção dos dois garotos naquele momento. Eram
jovens ainda, nunca haviam passado por nada parecido. Almejavam fama e
reconhecimento. Subir na vida por intermédio da espada. Em prol disso
alistaram-se no exército local, para defender as terras de um senhor
feudal da região, num período de intensos conflitos por terras.
Estavam prestes a descobrir que a vida lhes reservava algo bem
diferente do que presenciaram em sua pequena vila. Não estavam partindo
pra um local onde teriam piedade deles. Não. Diferente dos confrontos e
treinamentos pelos quais passaram em sua terra, na guerra as pessoas
são diferentes. Seria matar ou morrer.


Makoto e Touya eram amigos desde a infância. Atualmente tinham 17 anos
ambos. Bem diferentes entre si. Makoto era filho único da família
Shizuru, uma família de pequena expressão na vila. Um garoto
extrovertido e impulsivo. Desde criança possuía a fama de desordeiro e
estava em constante conflito com o pai. Havia se alistado no exército
contra a vontade do pai, que exigia que ele desse continuidade ao
negócio da família. Havia perdido sua mãe quando novo, ela foi vítima
de uma doença rara que ocasionou sua morte. Tinha na espada uma forma
de distanciamento da realidade, uma tentativa de fuga em relação as
suas tristezas e problemas. E por isso dedicou-se desde cedo ao
treinamento, mas sem supervisão alguma, treinava por si mesmo. Touya
por sua vez alistou-se por obrigação. Sua família Kamiya havia servido
por gerações o senhor feudal local, dessa forma o pai não deu-lhe
escolha. Era uma questão de honra para a família. Não estava satisfeito
com o alistamento, mas viu no amigo uma forma de consolo e passou a
compartilhar das mesmas ambições dele. Era um jovem sério e perspicaz.
Era considerado bem maduro comparado aos outros garotos de sua faixa
hetária. Apesar de conviver bastante com o amigo Makoto, costumava
interagir mais com os adultos. Era mais talentoso que Makoto na arte da
espada. Havia recebido lições do pai desde novo, apesar de nunca ter
desejado tornar-se um guerreiro.


Lá estavam eles. Era madrugada e o silencio da fria noite foi
interrompido pelo som de cavalos que começavam a ser percebidos. Eram
as tropas inimigas preparadas para invadir os domínios do senhor ao
qual defendiam.
Havia chegado o momento, não havia mais como evitar tal situação. Era
visível o ar de preocupação dos dois garotos. Estavam em meio a um
exército numeroso, mas que visivelmente não era páreo para resistir à
superioridade numérica do inimigo.
O barulho ia aumentando e já eram visíveis os primeiros cavaleiros ao
longe, se aproximando com grande velocidade do terreno onde estavam.


Foram posicionados na tropa de frente. Algumas fileiras atrás dos primeiros guerreiros responsáveis pela defesa do castelo.
O medo crescia no interior de seus corpos. Não estavam preparados para
aquilo, seriam mortos com toda certeza, era o que pensavam. A vontade
de fugir superava qualquer resquício de coragem que eles tentavam
alimentar. Por alguns segundos entraram em estado de transe ao se
depararem com tal situação. Mas logo voltaram a si, não podiam dar-se
ao luxo de se distraírem em um momento decisivo como aquele.

Os inimigos estavam chegando. Não havia outra solução.

Makoto olha rapidamente para o amigo que expressava um ar de serenidade.

Era tudo do que ele precisava. A esperança antes distante volta a existir no peito do garoto.

Makoto: - Então é isso... Que a sorte não nos abandone hoje...

Touya responde com um sorriso de confiança, que tenta esconder a insegurança que ainda possuía dos olhos do amigo.

Touya: - Não acho que precisemos de sorte... Vamos precisar é de espadas novas depois de despachar tantos soldados...

Makoto abre um grande sorriso. Estava agradecido de poder ter alguém junto a ele naquele momento.


O capitão da tropa a qual faziam parte soa o sinal e a multidão corre ao encontro dos inimigos.
O derramamento e sangue estava prestes a começar.


A determinação de um garoto


O chão tremia. O barulho era ensurdecedor. As duas tropas estavam prestes a colidir-se.
Homens dispostos a lutar até a morte sem hesitar havia aos montes.
Arriscavam sua vida não tanto pelo ideal de garantir a vitória de seu
suserano, mas principalmente para ascender-se na vida. Uma boa
participação em guerras desse tipo sempre rendia bons cargos na milícia
local. Bons salários e às vezes até algumas terras. Sem falar que
muitos se tornavam mitos, aclamados como verdadeiros heróis nos
combates que participaram e foram determinantes.

É chegado o momento, as duas tropas se encontram, ocasionando as
primeiras mortes e os exércitos se misturam no terreno. Começa a luta
corpo-a-corpo. Guerreiros atacando e sendo atacados por diversas
direções.

Makoto e Touya haviam se deslocado ao sinal do capitão. Estavam
próximos à aglomeração humana, mas em um local com menor concentração
de pessoas,

Touya: - Cuidado Makoto!

O primeiro golpe desferido é contra Makoto. Um golpe de extrema
violência em que mesmo o garoto bloqueando com sua espada é lançado
alguns metros para trás, caindo de costas no chão.

Makoto: - Merda!

O guerreiro aproveita da situação e volta investir contra o garoto, mas
antes que conseguisse atingi-lo Touya desfere um golpe que rasga a
armadura dilacerando o peito do inimigo.

Touya: - Eu falei para tomar cuidado! Você tem que prestar mais atenção ou então vai acabar morrendo!

Makoto estava assustado. Seu amigo havia acabado com a vida de alguém e não expressava o menor remorso ou hesitação.

O sangue do inimigo havia jorrado e manchado o rosto e os longos
cabelos pretos de Touya. Ele dá a mão para o companheiro levantar-se e
assume novamente a posição defensiva, pois outros guerreiros se
aproximavam rapidamente.

Visivelmente era percebida a frustração do garoto de ser salvo pelo
amigo logo no início do combate. Ele não iria deixar aquilo barato.
Tentaria compensar a qualquer custo.

Makoto: - Agora é a minha vez!

Antes que Touya percebesse Makoto partiu em direção aos dois inimigos
que se aproximavam. Sua velocidade era impressionante. Alcançou os
inimigos em poucos segundos.

Touya: - Idiota! O que pensa que está fazendo?!

Touya se dirige rapidamente ao encontro do amigo visando dar-lhe suporte.

Makoto esquiva-se do golpe do primeiro guerreiro e acerta-lhe um golpe
certeiro no tronco, que provoca intenso sangramento e é o suficiente
para derrubá-lo.

Enquanto um dos adversários urra de dor o outro investe contra Makoto.

Makoto estava desequilibrado e é forçado a bloquear o ataque.
Estava suando. Sua respiração estava acelerada. O nível de tensão do
garoto no momento era muito elevado. Mas ele estava concentrado, não
enxergava nada além do inimigo furioso à sua frente.

Touya não consegue alcançá-lo. Antes que pudesse se aproximar do amigo
é cercado por três guerreiros. Estava em uma situação delicada. Era
difícil contra-atacar em meio a tantos golpes ao mesmo tempo.

Guerreiro (adversário de Makoto): - Seu pirralho! Vou acabar com você!

Makoto: - Que droga! Não tenho tempo para perder com você seu imbecil!

O guerreiro pressiona o Makoto. Tinha maior vigor físico.
O garoto vai sendo empurrado para trás.Fica tão centrado na espada do
adversário que não percebe o movimento de perna que ele utiliza. Makoto
toma uma rasteira e cai novamente no chão. Mal cai no chão e já é
surpreendido com um golpe do qual ele desvia-se no susto. Golpe esse
que perfura o chão logo ao lado do seu peito.

Makoto rapidamente finca sua espada com violência no pé do inimigo, mas
ao mesmo tempo recebe um pisão em seu estômago, que é o suficiente para
deixá-lo sem conseguir respirar normalmente.

Enquanto o inimigo tenta remover a espada do seu membro, sentindo uma
dor imensa, Makoto remove a espada do adversário do chão e desfere um
golpe sem muita força, mas o suficiente para rasgar-lhe o pescoço.
O corpo do inimigo cai lentamente até chegar de encontro ao solo.

Makoto vai perdendo o controle de seus movimentos e cai em meio à grama.
Sua vista vai escurecendo. Lágrimas começam a cair pelos seus olhos.

Makoto: - Me desculpe... Touya...

Logo após essas palavras ele fica inconsciente.

O corpo do garoto fica estendido em uma região do amplo campo de batalha.
Sua pele está repleta de pequenos arranhões, misturados com a terra que manchara seu corpo.

Seus braços estão abertos. Seu futuro incerto.

(continua)


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Sex 24 Abr 2009 - 23:31
Sentimentos


Em meio ao combate contra os três adversários Touya é surpreendido com
a queda do amigo. Ele tem um pressentimento ruim. Makoto havia morrido?!
Os batimentos de seu coração aceleram. Ele entra em estado de pânico.
Não. Isso não poderia ser verdade. Ele tenta se convencer disso. Repete isso uma, duas, várias vezes em seus pensamentos.
O garoto que cresceu junto a ele, que compartilhou diversos momentos
felizes e alguns tristes era o mesmo que estava no chão naquele
momento, sem demonstrar o menor sinal de reação.

Touya se enfurece. Esquiva das investidas de dois dos guerreiros.
Bloqueia o ataque do terceiro e num movimento rápido e violento lança o
adversário alguns metros pra trás, pressionando-o com sua espada.
Mal termina tal ação e parte em disparada em direção ao corpo de Makoto.

Os dois adversários que não foram atingidos o perseguem em seguida.

Touya: - Malditos! Não atrapalhem!

A expressão do garoto era de completo desespero. Ele não conseguia
organizar suas idéias. Só pensava em uma coisa, socorrer o amigo.

Ele se vira e investe rapidamente contra um dos inimigos. O ataque é
muito veloz, o inimigo não consegue bloquear e recebe o golpe
diretamente.
Foi um ataque muito violento. Touya perfura o peito esquerdo do adversário, que morre instantaneamente.

O segundo inimigo ataca-o, aproveitando a desvantagem de o garoto estar sem a espada para se defender.
Touya não se esquiva. Em um movimento rápido segura o braço do inimigo com suas duas mãos.

Guerreiro: - Você é um homem morto!

Touya tem dificuldades para manter sua defesa, o adversário era forte.
Mas não poderia desistir. Largar o braço inimigo significaria sua
morte. Ele não tem muito tempo para pensar, estava quase no seu limite,
não agüentaria segurar por muito tempo.

Touya: Ahhhhhhhhhh!

Touya solta um grito de fúria e impulsiona sua cabeça na direção da do inimigo com a máxima força possível. Ocorre o choque.

O adversário tem seu nariz destruído e parte de sua testa repleta de
sangue. O dano causado foi muito grande, ele fica inconsciente logo
após receber o golpe e cai rapidamente em direção ao solo.

Touya também sofreu danos. Menores que os do inimigo mas também estava
ferido. Foi um movimento desesperado, a opção que encontrou diante da
difícil situaçao.
Sua testa estava repleta de sangue. O sangue escorria por todo seu rosto, misturando-se ao suor e manchava parte de seu cabelo.
Estava com a visão turva. Ficou alguns segundos sem conseguir enxergar normalmente.
Porém logo distingue o amigo em meio ao cenário macabro, repleto de corpos e duelos sangrentos.
Retoma sua espada e dirige-se lentamente em sua direção.

O terceiro guerreiro ainda estava vivo. Sofrera alguns arranhões com a
queda violenta que sofreu, mas dirigia-se rapidamente em direção a
Touya.

Guerreiro: - Você me paga desgraçado!

Com uma expressão de fúria assustadora o inimigo estica seu braço
rapidamente ao aproximar-se do alvo. Um movimento bem veloz. Sua espada
vai de encontro ao garoto, que vira-se assustado. Não havia notado a
aproximação do inimigo. Não havia como desviar, Touya estava certo
disso. Em uma fração de segundos ele desloca seu tronco alguns
centímetros para trás, o suficiente para safar-se do golpe fatal. O
objetivo era o coração, mas por muito pouco o garoto consegue manter-se
vivo.
Mas ouve um preço. Esse preço foi se ombro esquerdo, que foi perfurado violentamente pela espada inimiga.

Touya havia sido atingido, a dor era extrema. Lágrimas caem dos olhos do garoto. Ele urra de dor.
O sangue pingava continuamente do ombro atingido. Estava impossibilitado de utilizar aquele braço. Gravemente ferido.

Touya recolhe as forças que lhe sobravam. E com um movimento violento ataca o braço em que o adversário atingira-o com a espada.
O sangue se dispersa pelas proximidades do terreno, manchando tudo o
que toca. Em meio a ele o membro do adversário, separado do resto do
corpo pela espada do garoto sobe alguns centímetros.

O adversário grita desesperadamente. Não consegue se controlar tamanha é a dor que sente.
Em meio ao desespero tenta correr para longe. Tentativa frustrada, pois é impedido pelo garoto.

Touya: - Covarde! Acha mesmo que vai escapar?!

Touya ataca o adversário pelas costas. Sua espada atravessa-lhe o peito direito e o adversário desaba lentamente ao chão.

Makoto abre seus olhos lentamente. Sente um estranhamento.
Demora um pouco para se recordar do ocorrido. Olha ao seu redor e percebe o amigo coberto de sangue de pé ao seu lado.

Makoto: - Touya!

A sua expressão é de choque. Fica sem reação ao ver o estado em que o seu parceiro se encontrava.

Touya: - Já estava na hora de você acordar hein! Você realmente sabe como me comprometer, seu imbecil!

Um sorriso cobre o rosto de Touya. O amigo estava vivo afinal. Isso era o suficiente.

(continua)



Sacrifícios


Makoto ergue-se rapidamente. Estava ainda um pouco atordoado, mas não queria passar tal impressão ao companheiro.
Havia sido salvo novamente. E não apenas isso, seu amigo estava ferido por sua causa.
Olhava para baixo. Estava visivelmente envergonhado.

Enquanto isso Touya remove a espada que o havia perfurado de seu ombro.
Retira um pedaço da manga de sua camisa e amarra rente a pele, dando
algumas voltas ao redor do ferimento, visando retardar a perda de
sangue.
Estava suando bastante. Seu estado era crítico, seria difícil prolongar muito seu esforço.

Touya: - Makoto, você está com medo?
Touya faz a pergunta com um tom irônico.

Makoto ergue seu rosto rapidamente e o direciona em relação ao do amigo.
Sua expressão não era mais a mesma. A descontração e alegria que eram
marcantes no garoto haviam desaparecido momentaneamente. Uma expressão
de seriedade e determinação toma conta do rosto do garoto.

Makoto: - Que pergunta idiota! É claro que não estou com medo! Quem vem
pra guerra tem que estar disposto a morrer se for preciso!

Makoto havia se alterado naquele instante. Ficou irritado com a pergunta.

Touya: - Esse é o espírito. Só espero que não se esqueça do que acabou de afirmar antes do fim!

Touya abre um sorriso. A esperança de vencer nunca fora grande. Agora
era menor ainda. Mas isso já não importava, ele não queria morrer.

Touya: - Se não podemos vencer então pelo menos vamos dar um bom trabalho para esses malditos!

Makoto: - Pra alguém que está todo destruído você sonha alto demais hein!

Makoto dá a resposta em tom descontraído.
Touya não consegue se conter acaba rindo também.

Logo após isso ambos assumem a posição de defesa, um e costas para o outro.
Estão atentos. Cada vez mais adversários vão chegando, não poderiam ser surpreendidos.

Os combates continuam.
Os dois vão enfrentando os adversários que se aproximam, mas sem distanciarem-se. Um cobrindo a retaguarda do outro.
Lutam assim por um longo período.

Os adversários vão sendo derrotados, pouco a pouco.

Touya enfrentava-os apenas com seu braço direito.
Sua testa e ombro continuavam a sangrar.
Estava lutando no seu limite. Além do ferimento grave estava bem cansado.
Mas mesmo assim apresentava um bom rendimento nas batalhas.
No decorrer de todo o combate já havia matado dez inimigos.

Makoto ainda sentia dor na região da barriga.
A pancada havia sido bem forte, e limitava-o de movimentos bruscos.
Estava menos esgotado que o amigo, mas também começava a expressar
indícios de cansaço, que aos poucos iam diminuindo sua eficácia nos
golpes.
Havia matado seis adversários até o momento.

Já eram decorridas algumas horas desde o início do combate.
Eram visíveis as baixas nos dois exércitos.
Um emaranhado de corpos cobria o solo do extenso campo que dava acesso ao castelo.
Mas ainda era grande o número de combatentes, que davam prosseguimento a batalha mesmo lutando em condições físicas precárias.

Mas algo havia ocorrido.

O senhor detentor do castelo, percebendo que não haveria como manter
suas defesas por muito tempo, e temendo ter além de suas terras
tomadas, perder a vida, manda um pedido de ajuda a um de seus aliados.
Em tempos de inúmeros conflitos por poder e terras, as alianças entre senhores era de vital importância em situações de ataques.
Mesmo sabendo que teria que se submeter a algumas imposições do aliado
se as tropas inimigas fossem expulsas, como forma de pagamento, sem
outra alternativa o senhor utiliza tal mecanismo.

As tropas aliadas já estavam a caminho, era questão de tempo até a ajuda chegar.


Os dois garotos continuam a combater.

Makoto: - Merda! Esses desgraçados não param de vir, não importa quantos matemos!

O garoto tem a respiração acelerada e já aparenta grande fadiga em seu corpo.

Touya: - É! Realmente acho que hoje não é o nosso dia!

Touya está totalmente esgotado. Mal conseguia se manter em pé.
Sua visão estava turva, o esforço que realizou até aquele momento foi grande demais.
Isso fez com que ele perdesse uma grande quantidade de sangue..

Agora estava sofrendo as conseqüências.

Os inimigos continuam vindo.
Quatro se aproximam rapidamente dos dois garotos.
Dois soldados na direção de cada um.

Touya dá um passo a frente buscando alcançar os inimigos, mas logo sente o corpo pesado.
Tenta resistir, mas logo perde o controle dos movimentos e cai rapidamente ao chão.
O corpo do garoto fica estendido em meio ao campo de batalha.

Makoto percebe o ocorrido rapidamente.
Um sentimento de pânico toma conta do garoto, ele não contava com tal desfalque em um momento tão importante.

Makoto: - Touya!

(continua)


Última edição por Miroku-sama em Sex 24 Abr 2009 - 23:33, editado 1 vez(es)
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Sex 24 Abr 2009 - 23:32
Derrotados



O garoto não tinha tempo para raciocinar. No momento que seu amigo caiu ele se tornou o principal alvo dos quatro inimigos.

Estava visivelmente desequilibrado psicologicamente.
Ser forçado a lutar em uma situação de tamanha preocupação não era o que ele esperava.
Assumiu a posição de defesa e aguardava bastante tenso pela investida dos inimigos. Que não demoraria a ocorrer.

Dois guerreiros atacam primeiro, cada um por um lado.
As espadas cortam rasantes o vento e não acertam Makoto.
O garoto desvia-se por pouco do primeiro ataque como um movimento de
pernas, mas é forçado a bloquear o segundo, que vinha exatamente do
lado ao qual ele havia se deslocado.

Os outros dois guerreiros cercam o garoto por trás, para impedir uma eventual possibilidade de fuga.

Makoto estava disputando na força contra a espada do inimigo.
Junta a força que lhe restava e o joga alguns metros para trás, mas sem conseguir atingir seu corpo.
Teria alguns segundos de pausa antes do segundo ataque.

Não sabia como sair de tal situação.
Era impossível atacar sendo tão pressionado.
Estava fadado a apenas se defender, se não quisesse arriscar sua vida.

O garoto estuda um pouco a situação, e em um movimento rápido se agacha e pega a espada de Touya.
Agora tinha a sua disposição duas espadas.
Nunca havia lutado em tal disposição, mas em uma situação tão crítica
viu-se na necessidade de ter outra arma para se defender mais
facilmente.

Sua respiração estava acelerada.
O suor em corpo aumentava cada vez mais.
O cansaço e seu ferimento o limitavam pouco a pouco.

A segunda investida ocorre.
Dessa vez pelos dois guerreiros de trás, que atacam famintos por sangue.

Makoto assume uma posição intermediária, com uma base em que cobre cada
um dos lados de seu corpo por uma das espadas, onde cada uma estava na
direção de uma dupla de inimigos.

O ataque deles é feroz.

Makoto bloqueia o ataque do inimigo, que busca acertar-lhe o tronco com um movimento horizontal com a lâmina da espada.
E logo em seguida revida com um violento ataque, que vindo de baixo
rasga o peito do inimigo e prossegue atingindo a cabeça do mesmo.

Uma quantidade imensa de sangue paira no ar após o ocorrido.
O inimigo vai se deslocando pra trás rumo ao chão. O ataque havia sido fatal.

Em meio ao ocorrido, sem dar pausa alguma o segundo inimigo ataca Makoto.
O garoto não estava preparado.
Não teve tempo de assumir uma base de defesa.

O ataque vem exatamente na região em que as espadas dele não conseguiriam cobrir.
Após desferir o golpe contra o adversário ele havia deixado seu peito direito sem proteção.
O golpe vem na horizontal.

Makoto tenta desviar, mas não consegue totalmente.
Seu tronco é atingido, na região inferior ao peito.

Não havia sido um ataque totalmente efetivo.
Sua pele havia sido rasgada, mas de forma não muito profunda.
Mas o suficiente para fazer o garoto cair de joelhos de encontro ao solo.

Enquanto isso, os dois outros adversários percebem a oportunidade e investem em direção ao garoto.

A dor era intensa.
Makoto sangrava bastante.
Sua visão começava a ficar turva.
Estava de cabeça baixa.

O guerreiro preparava-se para o golpe final.
Um ataque que viria de cima, na vertical de encontro a cabeça do garoto.
Enquanto isso os outros dois adversários se aproximavam por trás do garoto em grande velocidade.

Makoto recolhe as forças que lhe restavam.
Rapidamente se ergue esticando o braço, atingindo com grande velocidade
o peito do guerreiro, que fica com uma expressão de dor e surpresa, por
não acreditar em ter sido atingido em tal circunstância.

Makoto larga a espada, que cai junto ao corpo do guerreiro, e vira-se
na direção dos outros dois adversários que haviam lhe alcançado.

Bloqueia o primeiro ataque com sua espada.
Um ataque violento que faz com que o garoto se mova alguns passos para trás e perca um pouco o equilíbrio.
O guerreiro havia investido com tamanha velocidade que depois do ataque ultrapassa o garoto contra sua vontade.

Era a oportunidade que o Makoto precisava.
Ele gira seu corpo aproveitando o impacto do ataque e contra ataca veloz.
Seu ataque atinge o adversário em cheio.
Um grande ferimento transversal marca as costas do inimigo.
O suficiente para impossibilitá-lo de prosseguir com a luta e deixa-lhe em condições duvidosas de sobrevivência.

Makoto após derrubar o adversário gira o corpo rapidamente visando
proteger-se do outro inimigo que vinha alguns metros atrás do primeiro.
Mas é surpreendido.

Um ataque violento é desferido em sua direção.
Ele não teve tempo de retornar a sua base para assumir a posição ideal de defesa.
Barra o ataque com sua espada, mas sua defesa é quebrada.
A sua espada é forçada para baixo, afastando-se da região em que protegia e o corpo do garoto recebe parte do impacto.
Sua pele é atingida da região do peito direito até as costelas.

Makoto cai ao chão, separado de sua espada.
O ferimento era grave. O sangue tomava conta de seu tronco.
A dor era significativa. O garoto contorcia-se por casa dela.
Esforçava-se para não chorar e tentar se levantar.
Mas suas tentativas eram em vão. Quanto mais se movimentava mais o ferimento doía.

Ele olha para o adversário.
O homem que aproximava-se dele satisfeito.
Iria desferir o golpe final, ele sabia.
Mas por mais que tentasse não conseguiria impedi-lo.

Guerreiro: - Suas últimas palavras garoto!

Makoto mal conseguia enxergar o inimigo.
Sua visão já estava comprometida.
Ele suava bastante e sentia seu corpo gelado.

Makoto: - Últimas palavras? Que besteira! Vá pro inferno!

O garoto berra em resposta ao inimigo.
Estava com medo. Mas a raiva superava tal sentimento.
Não queria morrer. Não aceitava morrer.
Mas agora sabia que essa decisão não mais dependia dele.

Guerreiro: - Corajoso. Admiro isso.

O guerreiro ergue sua espada e prepara-se para atacar o garoto.

Makoto abre um sorriso.
Olha ao redor buscando a direção em que se encontrava o amigo.
Ergue um dos braços em sua direção.
Pronuncia uma última frase e cede à dor.
Tudo fica escuro. Ele perde a consciência.


Obs:

esse n eh o final definitivo...
pretendo fazer a continuação algum dia desses...
apesar de estar enrolando a um BOM tempo^^
era isso...
espero q gostem...
e q compreendam q n eh algo demais...
mesmo pq eh minha primeira fic^^

agradecido
Akemi-chan
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Administradora Suzy
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Sáb 25 Abr 2009 - 15:46
Eu adoreii ^^
estava acompanho essa fic em outro forum...
eu nao tinha lido até o final...
mas enfim, terminei...

Dan, você escreve muito bem!
Parabens!

Esse final fico otimo, mas gostaria de ver a continuação ^^
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Dom 17 maio 2009 - 17:43
O despertar


O garoto abre os olhos vagarosamente. Sua cabeça doía bastante, como grande parte de seu corpo.

Tentava situar-se. Não sabia ao certo o que estava fazendo deitado naquele local. Não tinha muitas lembranças do que havia ocorrido antes de despertar. Deu uma olhada pelo seu corpo e percebeu que ele estava tomado por bandagens, que cobriam grande parte de seu tronco e estavam levemente manchadas por sangue. Faz um esforço para olhar ao seu redor e percebe que não está sozinho. O estabelecimento estava repleto de outras pessoas deitadas como ele, que aparentavam também estar feridas. Ele tenta se lembrar do que ocorreu. Sua memória estava um pouco obscura. Ele tentava organizar os fatos quando foi surpreendido por uma voz feminina.

Mulher: - Aqui! Mais um despertou!

Percebe que uma mulher vai aproximando-se de onde ele se encontrava, seguida de mais algumas pessoas. Eles tinha um certo ar de preocupação e pareciam bem agitados com a notícia.
Ela para alguns centímetros da maca onde ele repousava e se curva em relação ao garoto para facilitar a comunicação.

Mulher: - Então, como se sente?

O garoto, ainda um pouco zonzo, tem dificuldade de entender o que a mulher tentava lhe dizer.
Ela logo percebe isso e continua tentando manter o diálogo.

Mulher: - Como se sente garoto, está melhor?!

Ele começa a entender o que ela dizia porém não responde em seguida. Esboça uma tentativa de se levantar. Tentativa frustrada essa, pois logo sente uma dor bem intensa em seu tronco e logo prefere evitar de mover seu corpo.

Garoto: - Onde estou?... E o que estou fazendo aqui?!

Ele questiona a mulher em um ar de preocupação e impaciência.
Estava visivelmente sem saber o que havia acontecido.

Mulher: - Hmm... Não se lembra, entendo... Você é um dos combatentes que protegeu o castelo... A batalha acabou, e agora está em um estabelecimento do mesmo. Estamos a alguns dias tratando de você e dos outros que sobreviveram.

A mulher explicava a situação com uma voz calma e com muita paciência. Enquanto isso as outras pessoas que a acompanhavam se dispersam e começam a olhar outras vítimas.

Mulher: - De acordo com seu cadastro você é Makoto Shizuru... Dezessete anos, morador de uma das vilas satélites desse castelo... Alistou-se recentemente, e é um dos sobreviventes do conflito... Considere-se um homem de sorte, pois quando os reforços chegaram a maioria dos nossos soldados já haviam sucumbido...

Um tom de seriedade tomou conta da mulher enquanto ela desviava o olhar do rosto do garoto e olhava os corpos em macas improvisadas dispostas ao longo da grande sala.

Makoto olhava para a mulher de meia idade por alguns segundos. Fitava a pessoa que havia lhe explicado a situação em que se encontrava. Porém seu pensamento não estava no que via. Ele ainda estava meio confuso, mas sabia que estava deixando algo passar.

Aos poucos a dor em sua cabeça ia diminuindo e ele ia recordando de alguns fatos ocorridos consigo.

Makoto: - Sim... Lembro de ter me alistado... Eu e meu amigo To...

Antes que pudesse completar a frase ele se lembra do que ele estava esquecendo e desespera-se.

Makoto: - Merda! Como pude me esquecer! Cadê o Touya?!

Ele começa a suar bastante em um tom de desespero e uma nova tentativa de levantar-se ocorre. Só que dessa vez ele iria conseguir mesmo resistindo a dor, mas é impedido pela mulher que segura-o pelo tronco forçando-o em direção a superfície da maca.

Mulher: - Não pode se levantar seu idiota! Quer jogar fora todo o trabalho que tivemos para te recuperar?!

Mokoto sente novamente dores bem fortes. Cada movimento, por menor que fosse, causava uma dor extrema em seu corpo. Mas ele tentava se acostumar à dor enquanto continuava a questionar a mulher, aflito.

Makoto: - Onde está ele?! Eu me lembro de ele ter caído antes de mim! Ele foi resgatado?!

A mulher deu uma leve pausa. Percebeu que seria uma tarefa difícil conversar com alguém tão emotivo no momento. Mas logo tomou novo fôlego buscando tentando manter a calma e respondeu-o de forma gentil..

Mulher: - Essa informação eu não tenho... Resgatamos alguns soldados no campo de batalha. Em diferentes estados de saúde. Tenho que consultar algum de meus superiores pra confirmar isso. Mas por enquanto gostaria que se portasse como alguém mais maduro e se controlasse. Digamos que estamos querendo te ajudar, mas fica difícil se você não repousar devidamente...

O garoto estava acostumado a ouvir repostas desse tipo. Sempre o lembravam de sua falta de maturidade, em diversas situações. Seu pai... Touya... E agora essa pessoa que ele acabava de conhecer em tal situação.

Ele demorou alguns segundos para se retrucar. Mas a sua reação foi algo que surpreendeu a mulher. Ele fez o possível para se conter. Conter a preocupação e incertezas em relação a segurança do amigo. E com um ar de seriedade e frieza se dirigiu a mesma.

Makoto: - Sinto muito... E agradeço por ter me ajudado. É que fiquei um pouco preocupado, pois ele é alguém próximo a mim... Ele está bem... Eu sinto isso... Agradeceria se pudesse comprovar que estou certo...

Ele olha por alguns instantes nos olhos da mulher, querendo de alguma forma demonstrar suas desculpas e aprimorar o pedido.

A mulher abre um pequeno sorriso. Fica satisfeita com a postura do garoto, que de súbito havia resolvido cooperar e encarar a situação de forma mais adulta.

Mulher: - Vou fazer o possível para descobrir isso... Espero retornar com boas notícias...

E com isso ela se despediu da maca em que o garoto se encontrava... Foi vagarosamente dando passos em direção a outras que precisassem de sua assistência.

E Makoto em alguns instantes cai em um profundo momento de reflexão. Um momento onde ele esquece de Touya por alguns minutos e tenta encontrar uma explicação para ter sobrevivido em uma situação onde não haviam mais esperanças por parte dele...

(continua)
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Sex 22 maio 2009 - 9:05
Nossa!
Sua fan fic está super interessante!

Essa continuação ficou demais!

parabens!
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Seg 25 maio 2009 - 14:11
A promessa


Não demorou muito, ele logo adormeceu. Estava exausto e ainda bastante debilitado devido aos ferimentos graves que trazia em seu corpo. Repousava em um sono pesado, com uma respiração difícil, alta e bastante acelerada. E assim ficou por algumas horas.

De repente avista um local amplo, tomado pelo verde, totalmente coberto de grama. Parecia afastado de qualquer residência ou propriedade... Um local que não era estranho para ele... E ao longe duas pessoas correndo em meio à escuridão da noite.
Depois de alguns momentos percebe que uma das pessoas era ele, e a outra... A outra era uma amiga de infância. Mizuhu Maho, que apesar de alguns anos mais velha que Makoto, sempre foi uma das pessoas mais próximas a ele.
Momentos como esse eram bastante comuns entre os dois, apesar de que os pais da garota não gostavam nem um pouco de sua relação com Makoto. Nada contra a família do mesmo, não aturavam era o próprio garoto. Que sempre fora bastante rebelde, principalmente depois da perda da mãe, quando era ainda bem novo. Não era visto com bons olhos pelos adultos da vila. Mas também nunca fez tanto sucesso entre as pessoas de sua faixa hetária...

Lá estavam eles mais uma vez. Na extensa imensidão de grama tão conhecida por eles...
Maho sabia que, como de costume, receberia protestos do pai ao chegar em casa. Ele iria falar por longos minutos em tom alto e repreensivo. Sempre bastante irritado com as posturas da garota, consideradas por ele inconsequentes. E que sua mão iria ficar ignorando-a por algumas horas, pois temia que o pai se voltasse contra ela, caso defendesse a garota. Ela não ousaria desafiar a autoridade do marido... Mas independente disso estava ali mais uma vez...

Makoto também não teria uma noite fácil... Provavelmente, ao chegar em casa, o pai já teria fechado a loja e estaria bebendo a algum tempo ao lado da pintura-retrato de sua finada esposa. Isso já era algo comum, não ficaria surpreso. E como sempre, quando entrasse em casa, o pai ficaria gritando com ele por não lhe ajudar com o serviço da loja ou mesmo não arrumar um emprego para ajudar com as despesas... E acabaria com a boa e sempre presente surra, que por mais que Makoto tivesse forças para evitar, nunca reagia às investidas do pai. Mesmo não gostando de apanhar, sabia que seu pai era a pessoa que mais sofria naquela casa... Nunca teria coragem de utilizar sua força contra ele, por mais que quisesse em certas ocasiões.

Os dois continuavam correndo... Maho à frente e Makoto alguns metros para trás. A garota sempre rindo bastante, enquanto Makoto esboçava uma expressão de relativa impaciência, devido ao fato da garota nunca permitir que eles parassem em um local fixo... Sempre estar querendo inovar em um local onde não haviam muitas diferenças...

Depois de um tempo de corrida a garota para. E fica olhando algum tempo para o céu, que sempre fora algo que lhe cativou bastante. Era uma garota de dezenove anos, de cabelos curtos e bem escuros. Sua face delicada estava inclinada para cima e os olhos acinzentados concentrados na direção das estrelas.
Makoto percebeu que ela havia parado e com movimentos rápidos de perna aumentou sua velocidade e partiu em direção do corpo da menina, lançando-a alguns metros à frente ao encontro do chão... Acabou caindo próximo a ela.

Maho: - Makoto seu retardado! Porque fez isso?!

Maho gritava em tom de revolta e impaciência franzindo sua testa e encarando o garoto buscando uma explicação do mesmo... Enquanto isso ia dando tapas leves em sua roupa visando limpar a terra que havia se alastrado...

Makoto ainda não olhava para o semblante da garota... Estava limpando sua cara. Havia caído de rosto no solo após o movimento e apesar de não estar machucado havia sujado sua cara e grande parte de sua roupa de terra...
A demora da resposta deixa a garota ainda mais indignada...
Makoto logo repara nela e abre um grande sorriso...

Makoto: - Essa cara... Está como dá vez que levantei sua saia...

Ele começa a esboçar uma risada, que antes que se concretize é interrompida por um tapa violento em seu rosto... Um movimento rápido e pesado que acerta o garoto sem que ele esperasse, produzindo um estalo bem alto.

Makoto: - Aiiiiiii! Pra que tanta violência?!!!

Makoto esfregava com força sua cara, buscando de alguma forma diminuir a ardência, algo que não iria melhorar tão cedo...
Em meio ao movimento repetitivo com a mão ele olha para a garota repentinamente e sorri novamente, buscando irritá-la, já que conhecia bem sua personalidade explosiva. Um sorriso bem comprido, que não combinava muito com a grande marca vermelha que possuía agora em seu rosto.

Maho: - Idiota... Sempre o mesmo idiota...

Ela fala em um tom de voz mediano, o suficiente para o garoto entender e expressar alguma reação... Maho não consegue manter a fisionomia ruim olhando para aquilo e começa a rir junto com o garoto e os dois ficam perdidos em meio a risadas por algum tempo...

Depois deitam ambos na grama, lado a lado e ficam algum tempo olhando para as estrelas... Sem se fitarem. Sérios e pensativos, diferente das inúmeras outras vezes que ficaram ali juntos, naquele mesmo campo isolado da pequena vila Shiguri...

Maho não consegue se conter por muito tempo e logo esboça uma tentativa de conversa com o garoto, porém olhando ainda para o alto...

Maho: - Ei Makoto... Você vai mesmo me deixar?...

Makoto continua olhando perdidamente para um ponto fixo do imenso céu escuro... Parecia estar avulso a tudo que ocorria, mas ouvia claramente o que a amiga dizia... Apesar de não responder a pergunta...

A garota vira-se para ele e começa a fitar seu rosto... Com um semblante de tristeza, almejando uma resposta. Fica olhando o rosto do garoto por alguns instantes... A pele clara do garoto. Os cabelos escuros e volumosos, que estavam sempre desarrumados, o que costumava irritá-la bastante no início, mas que com o tempo havia se acostumado. E os olhos, que apesar de sempre estarem vivos e alegres, agora estavam distantes e sérios como nunca...

Makoto: - Começou dinovo com esse papo... Eu já disse que isso nunca vai ocorrer...

A garota aproxima-se dele e começa a puxar com as mãos a manga de sua camisa, visando conseguir que ele olhasse pra ela... Estava cada vez mais visível sua tristeza, apesar de ela se esforçar para não parecer muito emotiva perante ele... Não gostava de passar a impressão de se importar com ele, apesar de tudo...

Maho: - Eu me preocupo com você... Não tem a menor necessidade disso Makoto, você sabe que não...

Makoto enfim vira-se pra Maho, mas com o mesmo olhar, que não demonstrava sentimento algum... Mas vai aproximando seu corpo da mesma, até que a abraça fortemente. A garota agarra-se a ele, encostando sua cabeça no ombro do mesmo e esboça suas primeiras lágrimas, que mancham aos poucos a camisa do garoto...

Makoto: - É algo importante pra mim Maho... E você não tem porque se preocupar, eu vou voltar...

E começa a acariciar os cabelos da garota carinhosamente, visando acalmá-la... O que não impede que ela comece a chorar de forma mais intensa, agarrando-se cada vez mais ao corpo dele...

Makoto: - Seja uma boa menina enquanto eu estiver fora... Prometo que vou voltar... Prometo até pensar em trazer o Touya de volta, olha só...

Ele abre um sorriso. Um sorriso que novamente é interrompido. Mas dessa vez por um beijo ardente da garota... Ela desloca seu corpo para cima do dele e ficam por longos minutos aproveitando o momento, que não poderiam repetir por um longo tempo...

No outro dia Makoto estaria partindo com Touya para o combate...
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Ter 26 maio 2009 - 12:04
Combateeeee...
quero ver o combate xD

Adoro esse ar de romance que o miroku sama coloca nas fics!
parabens
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Qua 27 maio 2009 - 12:17
Kamiya Touya


- Atacaaaaaaar!

Essa já era uma frase bastante conhecida por ele... O estranho era quando não era despertado por ela, ou por algo bem próximo disso...

A pequena garota continuava a expressar sua assustadora animação com gritos continuados, enquanto subia em suas costas e começava a brincar com seu cabelo...
Saori, seis anos. A incansável caçula da família Kamiya, em mais uma de suas missões de acordar o irmão mais velho, das quais ela nunca se cansava de se aventurar.

Touya percebe que seria impossível voltar ao sono depois de uma investida tão bem executada como essa. Ele começa a tentar se recompor da grande fisionomia de sono que apresentava e vai virando seu corpo aos poucos e erguendo a garota com os dois braços.

- Bom dia Saori...

Responde em um tom baixo e pausado, mas esboçando um pequeno sorriso para agradar sua pequena irmã. Ela era uma das poucas pessoas que conseguiam fazer com que ele sorrisse, sempre fora uma pessoa bem fria e reservada.

Era assim que ele começava a maioria de seus dias. Depois de alguns longos minutos dialogando com a irmã, sobre assuntos de interesse dela, com toda a paciência e atenção possíveis, ele se dirigia com ela para a sala de sua residência para comer algo. Tinha que se alimentar bem, seu pai provavelmente não o pouparia do treinamento de que ele tanto se orgulhava. Havia sido um honrado guerreiro durante a vida e tinha como sonho que o filho levasse adiante a reputação da família, participando de combates e divulgando o estilo de sua vila. Sempre quis elevar o nome dos Kamiya em relação ao mundo da espada, apesar de existirem inúmeras academias de valor que monopolizavam o cenário das artes marciais no Japão.

- Ando percebendo que você não anda levando os treinamentos a sério, meu filho...

Comentava o pai enquanto fitava o rosto do garoto com uma expressão bastante séria, esperando que uma explicação fosse apresentada.
Enquanto isso a mãe de Touya permanecia indiferente a conversa, vigiando a pequena Saori que sempre fora uma criança difícil de se alimentar. Não conseguia ficar parada por muito tempo, então era comum ela se levantar e começar a fugir em meio às refeições, visando arranjar algo divertido para fazer, ou indo pentelhar seu irmão.

- Você sabe pai... Com todo respeito, eu não me interesso por lutas...

Concluía ele sem ao menos olhar para o rosto do pai, continuando a comer vagarosamente sua refeição contida no pequeno recipiente em sua mão.

- Touya, são poucas pessoas que nascem com seu talento! É um grande desperdício não aproveitar seu potencial! Ainda mais em tempos difíceis como esses pelos quais passamos, onde a guerra está cada vez mais próxima de nossas casas!

O pai começava a esboçar certa impaciência. Tentava convencer o filho elevando um pouco o tom de voz, e olhando para ele com cada vez maior firmeza.

- Esse não é um assunto para tratarmos agora...

Ele olha para a pequena irmã que se esforçava para fugir da mãe, para não comer o resto da comida. Estava sempre fascinado com a felicidade com pequenas coisas que sempre a acompanhava. Em parte tinha certa inveja em relação a isso, apesar de nunca demonstrar ou admitir.
Apressasse para terminar a refeição e em seguida retira-se em silêncio fazendo uma breve saudação em direção à mãe e sem olhar para o pai. Depois de passado certo tempo dirige-se para a pequena academia que freqüentava da cidade, que tinha entre seus professores o seu pai.

Lá praticavam o Kendo, arte que treinava seus corpos e deixava-os familiarizados em como portar a espada, além de fornecer boas noções de defesa pessoal.
Atualmente treinavam nela uma quantidade próxima a vinte alunos, todos residentes na vila Shigure. Pessoas das mais variadas idades, em sua maioria do sexo masculino, apesar de estar ocorrendo um aumento expressivo do número de garotas.

Touya era o principal aluno da academia. Desde mais novo dificilmente perdia.
Adaptava-se facilmente aos diferentes movimentos, aprendendo-os rapidamente e executando-os com perfeição. E agora, com dezessete anos, não havia mais alunos páreos para ele. Mesmo alguns professores já não conseguiam acompanhar seu ritmo e eram completamente envolvidos durante as batalhas.

Apesar do relativo sucesso que tinha não estava satisfeito com aquela vida. Começara a suportá-la de uma forma um pouco melhor quando percebeu a determinação de Makoto em seguir vida através da espada. Determinação essa que começou em torno de dois anos mais cedo. E que só aumentava à medida que o tempo passava.
Não moravam muito próximos, mas encontrava frequentemente com o velho amigo ao voltar de seu treinamento na academia. E achava no mínimo curioso, como alguém podia passar seu tempo livre praticando Kendo sozinho?! Ele vivia se perguntando... Dia após dia tinha contato com aquela cena, que o surpreendia cada vez mais à medida que ia se repetindo. Nunca fora uma pessoa muito comunicativa, falava apenas quando achava realmente necessário, mas um dia não conseguiu esconder a curiosidade e questionou o garoto.

- Ei Makoto, o que vê de tão interessante nisso?

Ele encarava o garoto com um ar de dúvida, um pouco pensativo. Buscava uma resposta que justificasse algo que para ele era um mistério, pois não sentia prazer em lutar contra os outros.

Makoto de início pensou em não responder. Tinha um gênio um pouco difícil e havia encarado aquilo como algo depreciativo. Achava que o amigo estava zombando dele de alguma forma, como de costume. Depois de um tempo responde algo, que não fora o que Touya havia lhe perguntado.

- Vamos ver como você está Touya... Fiquei sabendo que estão pegando leve com você na academia!

E Makoto apontava a espada em relação ao amigo sorrindo em um tom desafiador, aguardando a aceitação de Touya. Ele conhecia bem aquele sorriso. Uma das marcas registradas de Makoto, que ele utilizava principalmente quando estava empolgado com algo. Era difícil se lembrar de alguém tão insistente e perseverante como Makoto. Era um garoto no mínimo interessante para ele, por isso havia alimentado sua amizade desde quando eram mais novos. Uma personalidade tão diferente da sua, desde sempre foi algo que ele admirava.

- Você não muda mesmo não é... Sempre com essas tendências infantis...

E com uma cara de desânimo saca a espada que estava presa em suas costas e prepara-se para o duelo. Duelo esse que, como sempre ocorria, acabava com o mesmo vencedor. Após alguns minutos após o início Makoto estava no chão, suado e repleto de arranhões pelo corpo e de terra cobrindo suas vestes.

Touya, como de costume, não comemorava a vitória. Apenas colocava a mão em sua testa e ficava refletindo alguns segundos se algum dia aquele garoto iria mudar... O que ele achava difícil...

- Merda... Dessa vez você deu sorte Touya!

- Você já reparou que sempre diz isso Makoto?...

E ele ajudava com paciência o garoto a se erguer do chão e cada um trilhava seu rumo para as respectivas casas, como de costume.

Mas hoje seria um dia atípico. Touya ao chegar a sua casa receberia uma notícia que ele nunca imaginaria receber.
Sua mãe havia saído para as compras acompanhada da irmã, e ao entrar ele avista o pai sentado próximo a pequena mesa da sala, conferindo alguns papéis pacientemente.

- O senhor feudal vizinho mandou um recado à nossa vila... Provavelmente estão sob aviso de ataque e estão pedindo soldados às vilas próximas e eu não pude deixar de alistá-lo, mesmo porque é um de nossos melhores guerreiros.

Aquelas palavras ecoavam repetidamente na mente de Touya e uma sensação de total surpresa e desconfiança tomavam conta de seu corpo. Ele havia sido traído? Não, não era possível que sei pai havia feito algo do tipo sem sua aprovação, aquilo deveria ser uma brincadeira. Mas logo a idéia vai se tornando algo concreto em sua mente, seu pai não era alguém que se interessava por brincadeiras. Nunca esperava que fizessem algo desse tipo para com ele. Em seu semblante crescia uma expressão de mescla de fúria com desespero.

- Maldito velho! Como ousa fazer algo desse tipo comigo!

O pai não se assustou com a reação do filho, sabia que não seria algo que ele iria aceitar sem ao menos reclamar. Apenas não estava acostumado a ver sentimentos ecoando de forma tão intensa de seu filho.

Touya toma o papel da mão do pai e lê desesperadamente os termos do contrato, onde constavam detalhes e a data de apresentação da milícia no castelo.
Depois de ler ele olha para o pai em um ar sinistro e ameaçador.

- Eu te disse que não gosto de lutar, maldito! E ainda mais para proteger terras imundas de uma pessoa que mal conheço!

O pai ouvia atentamente a manifestação de revolta do filho, mas logo responde em tom mais exaltado.

- Não há escolha Touya! Eu não pretendo manchar o nome da família apenas por seus ideais sensíveis... Pare de choramingar e aprenda a ser um dos nossos! Mesmo que não queira, eles virão aqui amanhã agregar os adeptos, e espero que não passemos vergonha, sendo que inúmeros de nossa pequena vila também irão lutar.

Touya abre um sorriso, algo incomum se tratando dele, e responde em tom baixo porém ameaçador.

- Eu vou... Cumprir essa tarefa imbecil que você me incumbiu... Mas se eu voltar... Pode ter certeza que as coisa não ficarão boas para você...
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[Two Sides] - a saga de dois garotos Empty Re: [Two Sides] - a saga de dois garotos

Sex 29 maio 2009 - 12:06
Reencontro inesperado


- Maho... Maho...

Ele repetia inconscientemente o nome várias vezes, em voz bem baixa e arrastada. Ficou assim por algumas horas, até que seu nariz começou a irritar-se devido a um forte odor que ia se aproximando gradativamente do local onde ele se encontrava. Logo começa a despertar, com uma fisionomia bastante incomodada, e vai aos poucos abrindo os olhos com relativa dificuldade e realizando pequenos movimentos por todo o corpo.

Ainda não havia conseguido abrir os olhos, o cansaço era grande e a claridade também não facilitava a tarefa. Já os coçava, com as duas mãos fechadas, buscando conseguir forçar com que a visão fosse logo liberada.

A presença que exalava aquele cheiro forte parecia ter parado de se movimentar, e para sua grande revolta sentia que o que for que fosse aquilo, estava bem próximo a ele. Estava ao mesmo tempo irritado e assustado com o que poderia ser, assim de forma tão repentina, já que não reconhecia ninguém entre os que pôde fitar anteriormente, quando teve o primeiro contato visual com a sala.
Enfim consegue abrir os olhos, e não precisou se esforçar muito para descobrir o que era, logo se deparou com uma figura, que estava ajoelhada ao lado da maca em que ele se encontrava e olhava fixamente para seu rosto.

- Jo-Jo-Jo- JOUSUKEEEEEEEE?!!!

O garoto, mesmo bastante ferido, faz um movimento brusco visando afastar-se da figura estranha que continuava a fitá-lo com uma expressão bastante sorridente. E grande parte dos que estavam no salão percebem o grande som que o garoto emite, em reação à situação anterior.

- ISSO MESMO! INAMORI JOUSUKE! SEU CONTERRÂNEO E MESTRE!

E a figura gigantesca responde em tom mais alto que o grito anterior, causando relativo susto e insatisfação por parte dos enfermeiros e enfermeiras que ainda tratavam de muitos dos feridos nas proximidades.

- Maldito! Você não precisa gritar, sendo que está a cinco palmos de mim, com essa cara estranha e fedendo saquê! Tirando que não perdi minha memória, só estou todo quebrado!

O garoto mostrava-se bastante irritado, algo normal sempre que tinha contato com aquele indivíduo, que com certeza era bastante diferente da maioria das pessoa que conhecia, da vila Shigure...

- E outra! Desde quando você é meu mestre, seu pervertido velhote?! E mais importante de tudo, o que você está fazendo aqui?!!!

Apesar da reação um pouco ofensiva do garoto, o homem de grande estatura e idade adulta continuava com um imenso sorriso, tendo afastado-se alguns centímetros da cabeça do garoto. Apesar de tudo não estava nem um pouco constrangido, muito pelo contrário.

- Shizuru, Shizuru... Sempre um moleque bem divertido de se conviver...

E a figura começa a soltar algumas risadas animadas, e aos poucos começa a engasgar e tossir algumas vezes. Mas logo se recupera e volta a prolongar o diálogo.

- Você faz perguntas demais... Eu acabei aparecendo aqui de última hora, digamos que por mais que eu pareça alguém compromissado e sério, acabei perdendo a inscrição do alistamento, e tive de vir por conta própria, senão perderia a diversão!

Makoto olhava para o conterrâneo com uma expressão de total desânimo. Não acreditava que alguém pudesse se imaginar tão diferente do que estava claro para todas as outras do seu convívio diário... Mas continua prestando atenção naquele sujeito engraçado, que por mais esquisito que fosse, era um rosto conhecido, isso já era algo positivo.

- Continuando... Como te disse eu vim e participei do combate... Não só eu, pelo menos mais uns doze de nossa vila. Mas digamos que a maioria não suportou... Vocês são garotos de sorte, por terem o suporte de uma lenda viva como eu!


Makoto ficara tão surpreso com a resposta de Jousuke, que logo deixou a expressão de desânimo e ficou bastante chocado. Estava com os olhos arregalados, e erguia um pouco o corpo com os braços, apesar de não conseguir se levantar.

- Vo-Vo... Então foi você que me salvou?!

- Não só você... Não se sinta tão especial, apesar de ser um de meus pupilos... Salvei o garoto dos Kamiya também, e mais alguns coitados que estavam precisando de suporte... Trouxe cada um de vocês para dentro quando pude... O que foi facilitado, pois as malditas tropas do Yamazaki finalmente chegaram, depois de horas de demora!

Makoto ainda estava bastante impressionado. Começava a entender o motivo de ter sobrevivido... Como imaginava não foi um simples ato de compaixão por parte do adversário, ele deveria ter sido derrubado por Jousuke, que apesar de ser um mulherengo exemplar e dependente mor de saque, era um dos homens mais poderosos de sua vila. E tinha essa estranha forma suicida e macabra de pensar, sempre simpatizando com situações perigosas, apesar de não ser alguém tão jovem, beirava os quarenta anos.

- Como eu te disse... Eu fiz isso... Acabei com o sujeito que iria brincar de fazer buracos em você, e ainda resgatei o Kamiya, que por sinal está em um estado bem pior que o seu...

Makoto logo deixou de lado a explicação épica que Jousuke fazia de seus feitos, e começou a preocupar-se bastante com a condição do amigo, que não via há um bom tempo. Ainda mais porque sabia pelo que ele havia passado.

- Você apagou por alguns dias... A enfermeira Mizuko esteve cuidando de você por um bom tempo, deveria agradecê-la em um outro momento... Ainda mais porque... Ela é tão linda!

Jousuke abre um grande sorriso de satisfação e faz uma pose de aprovação para o garoto, enquanto tinha os olhos ainda meio sonsos e babava um pouco.

- Seu tarado... Mas me diga, onde está o Touya?! E como ele está?!

Makoto eleva um pouco o tom de voz e aguarda a resposta com grande ansiedade.

Jousuke fica com um ar mais sério e responde olhando para outra direção, para outros feridos sendo atendidos dentro da sala em que estavam.

- Ele já está sendo socorrido há alguns dias... Esta em uma outra parte do castelo, onde estão atendendo casos de maior urgência. Mas você sabe... Ele perdeu muito sangue, o processo está sendo um pouco lento. E não há certeza se o braço vai se recuperar tão cedo, foi algo um pouco grave...

Makoto tem nesse momento algumas lembranças da batalha. Mais precisamente de quando havia despertado, depois de ficar inconsciente por algum tempo, e viu o amigo de pé ao seu lado, com o braço com um grande ferimento, sangrando bastante.

- Foi culpa minha... Eu novamente fui precipitado e...

Antes que pudesse terminar a frase Jousuke coloca uma mão na cabeça de Makoto visando acalmá-lo...

- Não diga isso... Mesmo em momentos difíceis, pessoas se arriscam pelos que amam... Com vocês não foi diferente. Mas não se preocupe, apesar de imensa falta de experiência de vocês, não acho que o Kamiya vá desistir tão facilmemente...

Makoto olha impressionado para o a expressão séria do velho conhecido. Não estava acostumado a ver esse lado dele, parecia até outra pessoa. Mas logo reage confiante à opinião do amigo.

- Sim... Ele não morreria assim... Aquele maldito é alguém difícil de derrubar...
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Sáb 30 maio 2009 - 18:48
Estou ficando viciada Miroku!
Meu Deus!
a continuação está show!
Parabens!
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[Two Sides] - a saga de dois garotos Empty Re: [Two Sides] - a saga de dois garotos

Seg 1 Jun 2009 - 22:41
Laços


Passaram-se alguns dias desde que Jousuke tivera o primeiro contato com Makoto, após o término da batalha. Que ele havia conversado com o garoto por algum tempo, explicando-lhe algumas coisas e expressando a vontade que tinha de retornar logo para a vila, apesar de que teriam de esperar algum tempo até que Touya se encontrasse em um estado menos grave, para que pudessem voltar todos juntos.

Dias em que os garotos continuaram a ser tratados, juntos aos inúmeros outros feridos, que iam aos poucos se recuperando e começando a deixar em pequenos grupos o estabelecimento.

Makoto já começava a demonstrar certa melhora. Apesar de ter contraído ferimentos graves, eles já haviam sido devidamente tratados e estavam sob controle, apenas precisando cicatrizarem-se. Ele já conseguia movimentar-se de forma bem mais eficiente, conseguindo sentar-se e mover os membros já com relativa facilidade. Mas ainda tinha dificuldade para se levantar. O que não era o suficiente para deixá-lo em repouso no mesmo local por mais tempo, pois sempre estava pentelhando Jousuke, para que ele pudesse ajudá-lo a se locomover para onde desejasse. O que dificilmente seu conterrâneo negaria, pois apesar de não gostar de ficar fazendo favores, ele também já estava louco para sair daquele local, considerado por ele monótono e com um número excessivo de homens.

Visitavam o local onde Touya repousava frequentemente, apesar de as enfermeiras não os deixarem entrar em contato com o mesmo, afirmando que poderia atrapalhar no tratamento. Mas o contato visual para Makoto era suficiente. Apenas saber que o amigo estava vivo e sendo tratado, mesmo que ainda não estivesse despertado depois do ocorrido, e estivesse ainda bastante febril, já era de alguma forma um alívio para sua consciência.

Continuaram assim por mais alguns dias. Makoto já conseguia andar com relativa dificuldade, e ficava perambulando pelas proximidades do castelo. Já não tinha muita paciência para com aquele cenário pesado. Ficava vagando sozinho algum tempo, observando a paisagem, que não tinha nada de excepcional, perdido em pensamentos sobre sua vida e esperanças em relação ao retorno para a vila. Por mais que sempre alegasse estar insatisfeito em relação à sua condição em Shigure, sentia cada vez mais saudade da tranqüilidade que ela possuía. Além de sentir bastante falta das pessoas que havia deixado para trás.

Esses dias foram longos e bastante tediosos para Makoto e Jousuke. Não tinham contato com forma alguma de lazer ou mesmo distração. Ficavam longas horas conversando ou andando, buscando de alguma forma passar o tempo.
Foi assim por alguns dias, até que em uma manhã foram acordados com uma notícia que mudaria de vez esse clima de impaciência, que estava cada vez mais presente na rotina deles.

- Vocês já podem sair desse ócio e ir importunar outra pessoa...

A enfermeira que havia ficado bem próxima a eles, acordava com alguns tapas os dois que estavam dormindo próximos, no piso do castelo. Por mais que evitasse, ela havia simpatizado um pouco com aquelas figuras, que eram tão diferentes do resto dos homens de que estavam tratando.

Makoto acorda assustado. Os tapas repentinos fizeram com que ele se levantasse num salto brusco em direção à enfermeira, que acabou se assustando em seguida, e em parte se arrependendo da brincadeira, em que ela não esperava tal reação.
Ele logo ficou bastante revoltado, pelo susto que ele havia tomado sem ao menos saber o motivo, mas esqueceu a raiva rapidamente depois que começou a identificar na fala da conhecida uma possibilidade que lhe animou bastante.

Jousuke por outro lado havia acordado bem humorado. Parecia estar tendo um bom sonho e dessa forma acordou com uma expressão assustadoramente sorridente. Aproveitou-se da distração de Mizuko, gerada pelo susto com a reação de Makoto e começava a aproximar-se dela sorrateiramente até que a segurou pelo braço. O que quer que ele estivesse tentando foi algo frustrado, pois em uma reação rápida e violenta a enfermeira deu um grande tapa em seu rosto jogado-o alguns centímetros pra trás.

- Seu pervertido... Quantas vezes vou ter que te bater?!

Respondia ela em um tom forte e com uma expressão de impaciência no semblante. Mas que logo foi substituída por uma de desânimo, e ela levantou-se e voltou a seus afazeres, estava sempre atarefada.

Makoto havia se levantado de súbito, depois de ser despertado pela enfermeira. Ficou encarando-a por alguns segundos, mas logo partiu em disparada em direção ao local onde o amigo se encontrava. Apesar de que ainda não conseguia desenvolver sua velocidade natural, por ainda sentir certa fraqueza e dores por todo o corpo, que faziam que ele conseguisse no máximo andar de uma maneira um pouco mais acelerada.

Depois de passar por dois salões extensos ele enfim chega à sala onde o amigo se encontrava, junto a outros pacientes sendo tratados. Era mesmo verdade, enfim o garoto estava com os olhos abertos. Havia despertado depois de vários dias.

Touya não havia percebido ainda a presença do amigo. Estava com um olhar perdido em uma das janelas da sala, que dava acesso ao lado de fora do castelo. Olhava fixamente para a janela, perdido em pensamentos que o deixavam um pouco avulso em relação ao que ocorria ao seu redor.

Mas logo sua concentração é quebrada. Ele começa a notar sons de passos vindo em sua direção, e olha na direção da qual eles vinham, percebendo a aproximação de uma figura conhecida. Makoto ia aproximando-se dele vagarosamente, deixando escapar as primeiras lágrimas enquanto fitava o amigo.

- Por essa eu não esperava... Bom dia Makoto...

Touya respondia em tom baixo e calmo, esboçando um sorriso tímido, porém verdadeiro. Estava satisfeito em ver que o amigo estava seguro, apesar de tudo. De alguma forma eles estavam salvos, e mesmo sem saber a razão, para ele isso era suficiente.

Enquanto isso Makoto continua a se aproximar. Em passos curtos e aos poucos perdendo o equilíbrio, até chegar bem ao lado de onde o amigo estava deitado.

- Cara... Você me deixou preocupado...

Ele tentava conter as lágrimas, que eram cada vez mais numerosas em seu semblante. Aproxima-se do corpo do amigo, inclinando-se sobre o mesmo e encosta sua cabeça em seu peito começando a chorar de forma cada vez mais intensa, segurando sua camisa firmemente com as duas mãos.

- Ei, ei Makoto... Não precisa chegar tão perto...

Touya começava a ficar sem graça com aquela situação inusitada. Nunca fora alguém que manifestasse ou aceitasse carinho de forma parecida. Estava cada vez mais sem graça, na medida em que cada vez mais pessoas observavam a cena. E, bastante envergonhado, tentava acalmar os ânimos do garoto e fazê-lo se recompor.

- Banca o durão e depois fica por ai choramingando...

Jousuke aparece repentinamente na sala e com a mesma expressão sorridente de sempre, apesar do rosto todo vermelho, com marcas de mão feminina. E atrás dele surge a figura de Mizuko, que apesar de não demonstrar, com a expressão sempre séria, estava verdadeiramente comovida com o reencontro dos jovens guerreiros.

- Sim... No final das contas, são apenas garotos...
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Qui 11 Jun 2009 - 0:57
A caminho de Shigure

Passaram-se alguns dias desde que Touya havia demonstrado os primeiros sinais de consciência. Ainda estava longe de ter o braço recuperado, mas tanto ele quanto Makoto já estavam em condições de retornar à terra natal. Touya estava um pouco desanimado com a volta, não sabia ainda como iria reagir ao ver a cara da pessoa que o enviou, contra sua vontade, para quase morrer. Makoto e Jousuke já estavam há um bom tempo eufóricos e totalmente impacientes para retornar. Nos últimos dias passaram longos momentos andando de um lado para outro, para tentar controlar a tensão relacionada com aquele local, que aprendiam a odiar cada vez mais, com o passar do tempo.

- Enfim podemos partir...

Jousuke estava com uma expressão emburrada. Aqueles dias tediosos que passou ali, em um local cercado por tristeza, e pior, por uma quantidade assustadora de homens, realmente haviam acabado com sua elevada paciência e humor.

- Mas... Irei sentir saudades, Mizuko-chan!

Antes que Mizuko pudesse socá-lo, Makoto realizou essa tarefa por ela... Jousuke esfregava com a mão a nuca, que havia sido atingido em cheio pelo soco furioso do garoto. Estava com uma cara de dor e fazia um escândalo bem grande a partir daquele fato.

- Seu velhote pervertido! Só abre a boca pra dizer merda!

Makoto encarava a figura desconsolada com uma expressão de impaciência, mas logo se vira para a enfermeira e faz uma reverência, demonstrando agradecimento pelo que ela havia feito por eles.

- Obrigado Mizuko-chan... Estaríamos perdidos sem vocês...

- SEM VOCÊS?!!!

Jousuke preparava um grande chilique, partindo para cima de Makoto, quando foi segurado por Touya, que tinha grande dificuldade para imobilizar uma pessoa tão robusta e impulsiva.

- Ei Jousuke, tenha dó... Já basta um idiota... Deixe essa função para o Makoto...

O Kamiya dizia tais palavras em um tom de desânimo perante a situação, que se mostrava cada vez mais freqüente, desde que aqueles dois sujeitos haviam entrado em contato novamente.

- Então era isso... Estamos de partida...

Ficaram longos minutos se despedindo das enfermeiras e demais pessoas que haviam conhecido no local. Momentos bem sentimentais se tratando de Jousuke, que se apegava fácilmente às pessoas, tímidos por parte de Makoto e bem frios por parte de Touya...
Depois de se despedirem foram ao centro administrativo do castelo, buscar a quantia referente à tarefa, e logo depois se dirigiram para a estrada.
Não haviam ganho a batalha totalmente, a quantia foi menor do que a combinada. O fato de ter de pedir reforços acabou pesando bastante ao senhor local, teve de assinar alguns tratados com Yamazaki, para pagar favores de guerra. Tratados que por mais injustos que fossem, eram algo obrigatório, não havia como evitar sem criar desavenças.

- Merda... Lutar tanto para ganhar quase metade do combinado... E olha que o salário já não era grande coisa!

Makoto estava totalmente indignado. Não conseguia esconder o tanto que estava revoltado com aquilo, muito pelo contrário, ficava exteriorizando sua raiva apertando cada vez mais os punhos e os dentes. E, de tempos em tempos, socando alguma árvore ou outro obstáculo qualquer do caminho.

- O que esperava Makoto... Para eles não somos nada além de vidas a serem sacrificadas para garantir seus interesses. Até me assustei por terem nos tratado, mas se for pensar direito, isso também os favorece de alguma forma, em longa escala...

Touya respondia com tom baixo e calmo como sempre. Acompanhava os outros dois conterrâneos pela longa estrada de terra, momentaneamente com os olhos fechados. Mas ficava assim apenas por alguns segundos, gostava de reparar na natureza. Pássaros, flores e demais constituintes das paisagens japonesas sempre foram algo que despertavam sua atenção e faziam-no sentir-se bem.

- Seu bostinha, você estava quase virando adubo... Em sã consciência eu não pagaria você a mesma quantia que paguei para os outros... Achei isso bem injusto...

Jousuke retrucava com a intenção clara de provocar o garoto, mas dessa vez não abriu sorriso, falou com uma expressão séria, mas estava explodindo de satisfação com aquela frase que provavelmente iria fazer que Makoto atentasse contra sua integridade física.

Mas quando Makoto já estava se preparando para voar encima do companheiro, é interrompido pela voz de Touya...

- Ei Makoto... Eu estava pensando... O que pretende fazer com esse dinheiro?

Fazia a pergunta sem ao menos olhar para o amigo, continuava a olhar para a paisagem, dessa vez olhando para o céu, para alguns pássaros que voavam ao longe.

- Hmm... Na verdade eu... Eu... AH, PORQUE ESSA PERGUNTA ASSIM DO NADA?!

Touya rapidamente mudou sua expressão, após perceber a reação do amigo. Sabia que aquela hesitação só podia estar relacionada a uma coisa... Makoto em alguns aspectos era sempre bem previsível. Agora abria um pequeno sorriso e esboçava uma risada tímida, não era alguém que gostasse de rir de forma escandalosa.

- Sei... Mas Makoto... Ela não vai ter dó de seu dinheiro hein... Não tem cara de gostar de coisas baratas...

- MALDITOOOOOOO!!!

Makoto, de alguma forma, estava bastante surpreso com a dedução do amigo. E explodia em um mescla de vergonha com ódio. Como aquele maldito havia descoberto assim tão facilmente?! Ficou refletindo alguns segundos sobre a possibilidade de seus sentimentos serem algo tão claro, a ponto de serem tão facilmente percebidos pelas pessoas de seu convívio diário.

- OHHHHHH... O pequeno Makoto tem uma namoradinha?! Ui ui ui Makoto...

E Jousuke começou a aloprar totalmente depois do que ouviu. Teve um acesso de alegria assustador, ficava pulando de um lado para o outro ao redor de Makoto, e provocando-o, apertando suas bochechas, puxando-o para abraçá-lo, mandando beijinhos imaginários e coisas do tipo.
Makoto tentava se livrar daquela existência irritante, mas quanto mais tentava afastá-lo, mais ele sem empenhava em importuná-lo.

-Ei Makoto, não é algo para ter vergonha... Pense bem, o Jousuke tem uns 70 anos e até hoje não tem mulher alguma...

Jousuke demorou um pouco para refletir sobre o que tinha ouvido, mas logo, quando percebeu do que se tratava, teve um momento de total decadência, ficando repentinamente com o rosto vermelho de vergonha e de súbito parando os seus ritos de importunar semelhantes. Ficou alguns segundos sem expressar a menor reação perante o que tinha ouvido. Mas esse momento de decadência durou pouco, depois de ficar totalmente sem ação por alguns segundos, percebeu que a única saída para uma situação dessas, já que não sabia como contra-argumentar, era espancar o engraçadinho.

Quando Jousuke se recompôs e estava se preparando para o bote, percebendo que corria perigo Touya não hesitou... Partiu em disparada, visando fugir do descontrolado agressor. Logo se arrependia de ter decidido falar de algo tão delicado, se tratando de alguém que venerava tanto mulheres como Jousuke. Algo que parecia tão engraçado para ele logo se tornou bem perigoso. Não queria correr o risco de descobrir o que Jousuke faria se o pegasse, afinal ele era simplesmente maluco...

- MALDITO KAMIYA!!! SE EU TE PEGAR, VOU TE FAZER CHORAR COMO UMA GAROTINHA!!!

E assim continuavam a viagem... Touya fugindo desesperadamente, realmente preocupado com a figura irritada que o perseguia de forma incansável. Makoto um pouco atrás, não poupando gargalhadas em relação à situação comprometedora em que o amigo havia se metido. O caminho ainda era longo, mas apesar de tudo estavam bastante entusiasmados com o retorno para casa.
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Qui 11 Jun 2009 - 11:29
ohh estou atrasa na leitura ^^"
como eu estou com pressa...
li apenas o capitulo "Laços " hoje ^^

acredita que fico rindo do personagem Jousuke ?
aiinda mais na hora que vc disse:



"Jousuke aparece repentinamente na sala e com a mesma expressão sorridente de sempre, apesar do rosto todo vermelho, com marcas de mão feminina"

fiquei imaginando a cena xD
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Sáb 13 Jun 2009 - 12:45
Yashigi


Haviam deixado o castelo na parte da manhã, se dirigindo a Shigure. Mas bem sabiam que não era um caminho curto, teriam de arranjar alguma alternativa de transporte caso quisessem chegar de forma segura.
O que não foi algo muito complicado, já que depois de algumas tentativas fracassadas, um pequeno trabalhador rural cedeu ao carisma de Jousuke, aceitando levar os três viajantes até algum lugarejo mais próximo do destino dos mesmos, em seu pequeno veículo de tração animal. Algo que não atrapalharia muito, já que de qualquer modo teria de transportar seus alimentos para comercializá-los, nessa e em diversas outras vilas japonesas.

- Então... Deixarei vocês em Yashigi... De lá sigo para outra província, que não é em direção a terra de vocês...

Os três estavam agradecidos. Era difícil encontrar uma pessoa de tão bom coração, disposta a ajudar em tempos tão traiçoeiros. Por mais que a maioria pensasse em ajudar, não se aventuravam a transportar desconhecidos nesses tempos, ainda mais se tratando de pessoas maltrapilhas e de homens. Temiam assaltos ou mesmo assassinatos, o que era cada vez mais comum. Então deveriam sentir-se bastante sortudos e agradecidos, pela ajuda daquela bondosa alma.

A viagem a Yashigi não foi rápida... Demoraram cerca de duas horas, mesmo porque viajavam em uma velocidade pequena. O animal já não era dos mais novos, e, além disso, puxava uma carga que não era das mais leves.
Os três iam na parte de trás, no compartimento de cargas. Não era algo muito confortável, em meio a tantas caixas de alimentos, que reduziam bastante o espaço disponível. Mas era algo passível de se suportar.

Makoto não demorou muito, logo apagou. Passou a viagem toda dormindo. Jousuke mantinha longos diálogos com o senhor que estava à frente do veículo. Perguntava tudo que vinha em sua cabeça, principalmente sobre a vida do sujeito, que não hesitava em falar, narrando orgulhoso, muitas histórias de sua vida e abordando também aspectos da longínqua vila onde havia nascido. Touya ficava distraído, perdidamente observando a paisagem do trajeto que percorriam. Dificilmente conseguiria dormir em uma ocasião como essas, era sempre muito preocupado e precavido. Nesse ponto tinha inveja da imensa tranqüilidade do garoto Makoto, que continuava a dormir, estendido em um dos cantos do compartimento traseiro.

A viagem transcorreu tranqüila, e logo estavam em Yashigi, que equivalia aproximadamente a ¾ do caminho até Shigure. O veículo foi diminuindo sua velocidade até parar, na estrada mesmo, a alguns metros da entrada da vila, que se situava um pouco abaixo. Enquanto Touya dava alguns tapas para libertar Makoto daquele sono pesado, o senhor ia se despedindo dos três viajantes.

- Aqui vocês devem arranjar algum local para comer algo e passar a noite, caso queiram... Se cuidem os três...

- Pode deixar, eu me encarregarei de cuidar desses pestinhas...

Respondia Jousuke em um tom bastante descontraído, em resposta à preocupação do homem idoso. Enquanto isso Makoto despertava assustado, e logo se revoltava com a atitude desnecessária do companheiro e ia tirar satisfações com o mesmo.

Enfim, deixaram o senhor continuar seu trajeto, depois de mais alguns agradecimentos. Seguiram em direção à entrada da vila, bastante ansiosos para poder comer algo e descansar um pouco, para depois seguirem viagem no próximo dia. Era necessário poupar esforços desnecessários, ainda não estavam em condições de se dar ao luxo de viajar por longas horas naquelas condições precárias, sendo que ainda não estavam totalmente recuperados, com exceção de Jousuke.
Já não era mais manhã, estavam nas primeiras horas da tarde, e o sol demonstrava-se bastante intenso, clareando todo o território que podiam enxergar.

Continuavam seguindo até a entrada da vila. Makoto persistia em reclamar da postura anterior do amigo. Touya fingia não ouvir, e ficava a ignorar o insistente companheiro, o que deixava Makoto mais indignado ainda. Jousuke andava distraído, com os pensamentos em algo bem distante daquela realidade momentânea.

- CUIDADO!!!

Touya rapidamente empurra os amigos com os braços, cada um para um lado, e esquiva-se com um salto para trás, de uma flecha que perfura o solo, bem no local onde ele se encontrava anteriormente. Os dois ainda estavam assustados, sem saber a razão daquilo, mas logo percebem a aproximação de uma grande quantidade de pessoas, que apareciam de seus esconderijos e movimentam-se a fim de cercar os três.
Touya saca sua espada, e permanece aflito, encarando os muitos agressores que os cercavam, sem entender ao certo o que estava acontecendo.

Dentre os vários homens, munidos de diferentes armas, que estavam em torno de quinze, um dá alguns passos à frente e dirige a voz aos três.

- Rendam-se... Prometo que vamos fazê-los sofrer menos, caso contribuam...

Makoto de súbito saca sua espada e se dirige ao encontro do sujeito que havia dito tais palavras, mas é interrompido por Jousuke que o segura firmemente com os dois braços, impossibilitando que ele conseguisse mover livremente os braços, ou mesmo se aproximar mais do inimigo. Por mais que se debatesse, o garoto não conseguia se desvencilhar dos braços poderosos do companheiro.

- QUE PORRA É ESSA?!!! ME LARGA JOUSUKE!!! QUAL É O PROBLEMA DESSE CARA?!!!

- Calma Makoto... Não vê que estamos cercados?! Não faça nada sem pensar!

Jousuke respondia em tom sério, segurando o amigo descontrolado, enquanto observava atentamente cada movimento dos homens que os cercavam. Por mais que estivesse tentando amenizar a situação, estava pronto para reagir a qualquer ameaça, caso fosse necessário.

- Entendo... Fazer o que... É mais uma leva de assaltantes vagabundos... Aqui vocês não vão se dar bem!

E o homem dá um sinal com a mão e todos os outros adversários partem para cima dos três, com extrema violência.

- QUIETOS SEUS IMBECIS!!!

Uma voz estridente ecoa pelas proximidades, e todos os homens que partiam para o ataque param de súbito. Todos os presentes naquele momento rapidamente levam seu olhar para uma figura que estava de pé na entrada da vila. Uma mulher de longos cabelos escuros, trajada em uma roupa semelhante às de combatentes masculinos, segurando uma kusarigama em uma das mãos, e com duas espadas fixadas pela roupa em suas costas.

Os três também ficam reparando concentrados, a mulher que ia se aproximando de todos e que parecia ter grande autoridade perante aqueles indivíduos.

- ENTÃO, QUAL A RAZÃO DE TODO ESSE REBULIÇO?!

Ela começa a fitar descontente o líder daqueles homens, que se mostra bastante insatisfeito com a aparição inesperada dela.

- Eu estava me encarregando desses vermes, antes de você aparecer, querida irmã...

A mulher para diante dele, fica encarando-o com uma expressão de provocação, buscando despertar mais ainda a raiva do irmão mais novo. Gostava de mexer com as emoções alheias, não costumava ter pena alguma de seus alvos. Era uma mulher de personalidade forte e áspera, era desprovida de qualquer sentimentalismo, e talvez isso tivesse a tornado a legítima sucessora do exército local.

- Kazuma, Kazuma... O que eu faço com você... Sempre atacando pessoas sem prévio aviso... Acho que seu desejo por sangue nunca vai cessar, não é irmãozinho...

Kazuma se mostra cada vez mais revoltado. Doía em seu orgulho ter de ser subordinado a uma mulher, sendo que sempre almejou suceder o pai na guarda de Yashigi. Sabia da capacidade da jovem Kagura, mas sempre a odiou por ser a legítima herdeira do nome dos Hayashi.

Depois de alguns segundos ela para de encarar o irmão e muda rapidamente do ar provocativo para uma expressão bastante séria e ofensiva, ao virar-se em direção aos viajantes.

- Então... O que tem a me dizer... Pelo estado em que estão não parecem bandoleiros...

Makoto continuava a tentar se desvencilhar de Jousuke, que havia esquecido de soltá-lo, durante todo aquele período. E depois de se debater e dar alguns chutes no mesmo, consegue se libertar e dirige sua voz, eufórico, à Kazuma, apontando em sua direção.

- EU VOU TE ARREBENTAR PALHAÇO!!!

Kazuma olha com certo desprezo em reposta à ameaça do garoto e logo começa a rir demonstrando-se bastante despreocupado com a afirmação do mesmo. Em seguida todos os outros homens, subordinados a ele, estavam rindo junto, caçoando da postura do garoto.

- Interessante... Está decidido! Vou dar a você a oportunidade de retribuir a má recepção do meu pequeno irmão! Depois disso esclareceremos as coisas!

Kagura estava totalmente satisfeita. Era do tipo que adorava duelos, e que não estava nem um pouco preocupada com a segurança do irmão, ou de qualquer outro indivíduo que estava junto dele. Esbanjava animação, não escondia a expectativa que tinha em relação aquele combate, que por mais que não quisesse afirmar, tinha certeza que o irmão ganharia.

- ENTÃO É ISSO VAMOS...

Kazuma se preparava, bastante confiante, para a batalha. Estava certo de que acabaria logo com aquele moleque barulhento. Era um homem de elevada estatura e bom porte físico, alguém difícil de ser derrubado. Tinha em seu rosto uma risada bastante esnobe e desagradável. Mas logo foi surpreendido por um ataque, de que não conseguiu se esquivar, ou mesmo revidar.

-AHHHHHHHHHHHH!!!

De súbito, enquanto Kagura estava distraída, perdida em pensamentos sobre o combate, Touya havia partido para cima do adversário, que tentara acertá-lo, mas não foi bem sucedido, e o garoto atingiu-o no pescoço, socando-o em conjunto com o cabo de sua espada, provocando um nocaute absoluto, prosseguido da queda repentina de Kazuma.

- Chega de palhaçada... Não estamos aqui para sermos elementos de distração de uma psicopata... Estamos de saída...

Kagura ficou totalmente surpresa, nunca imaginou que alguém fosse partir dessa forma pra cima do irmão em uma situação como essas, onde estavam totalmente cercados. Ainda mais um dos outros dois, que nem estavam cotados para o duelo. Principalmente levando-se em consideração o estado que Touya estava... Ela sabia que os dois garotos estavam limitados fisicamente, mas estava claro que o garoto de longos cabelos pretos estava mais limitado que os outros dois.
Ela percebeu a queda do irmão, que apresentava agora uma incrível dificuldade para respirar e estava se debatendo desesperado no chão.

- VAMOS MATÁ-LO MALDITO!!!

Os homens, que alguns minutos atrás estavam entregues ao riso, agora estavam furiosos, com a postura do garoto, e iriam aproveitar da vantagem numérica para dar um fim nele e em seus dois companheiros.

- BASTA!!! Tratem do imbecil do Kazuma! E quanto a vocês, podem nos acompanhar... Acho que lhes devemos alguma hospitalidade...

Todos ficaram surpresos... Era certo que Kagura sempre fora alguém impossível de entender, mas algo naqueles três havia lhe agradado, e ninguém conseguiria impedir que ela os recebesse.

Makoto estava boquiaberto até agora... Não sabia se matava Touya, por ter roubado sua chance de provar seu valor e descontar toda sua raiva, calando a boca daquele bando de idiotas, ou se corria daquela mulher que era totalmente louca, na sua concepção... Jousuke estava satisfeito... Enfim conseguiram resolver aquilo de forma um pouco menos violenta. Mas também ficava refletindo sobre a postura do Kamiya, ele não sabia ao certo se aquilo havia sido um ato de heroísmo e solidariedade, para evitar que Makoto se comprometesse ainda mais, ou se era simples burrice impulsiva, que por sorte não havia levado os três a morrerem de forma esmagadora.
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