A polêmica animação de Naruto Shippuuden 167

Esta foto acima é um frame de 387º episódio de Naruto, o 167º da fase Shippuuden – na qual o protagonista já tem 15 anos. O episódio deve ser horrível, não?

Nada disso – esse é mais um dos episódios nos quais se gasta uma parte bem maior que o comum do orçamento anual de animes de longa duração como Naruto, prática comum em estúdios como o Pierrot de Naruto ou o Toei de One Piece. No caso específico de Naruto, esses episódios tem sido ultimamente sendo muito focados em ação – o 143 [em que teve uma luta envolvendo Sasuke], meio ano atrás, foi notório em sacrificar a consistência do traço em prol de uma animação mais fluida. Mas o 167 vai além.



A luta mais poderosa dentro dos 500 capítulos de manga publicados até aqui é naturalmente exagerada – mas ganhou uma camada a mais no anime [talvez pelo excesso de episódios originais da animação, muitos dos quais com lutas exageradas]. E em um episódio de tamanho exagero, a animação é intensa.

Absurdamente fluida e com um número absurdamente reduzido dos cacoetes comuns à animação japonesa [como as famigeradas “linhas de velocidade”], a intenção é ter o nível de um filme – mas sem contar com o orçamento de um. Assim, ocorre uma simplificação do traço nos bons momentos e grandes deformações nos maus – que sim, são perceptíveis mesmo em movimento. Um preço a se pagar para o que é, provavelmente, o episódio de animação para TV com maior número de desenhos feitos em um bom tempo, cumprindo muito bem o seu papel – apesar do exagero em certas escolhas, exagero esse que é a proposta do episódio [até para contrastar com a calmaria do final].



Mas a reação de boa parte dos fãs foi negativa – e muito. O fato é que acostumou-se com um determinado conceito de animação japonesa que pensa-se ser o único: aquele no qual uma arte bela, de qualidade superior a média das animações para TV para outros lugares, somada a truques para somente produzir-se um número mínimo de desenhos necessários que deem ao público sensação de movimento suficiente. O que está fora disso tem que ser rejeitado – é inclusive classificado como “parece desenho americano”, a ofensa suprema na cabeça de certas pessoas. Avatar, o desenho, na concepção de animação é “americano” até a medula, com cenários e personagens simples – graças ao orçamento, também “americano”, consegue ser absurdamente mais fluido que toda a produção para a TV japonesa. São duas propostas, com vantagens e desvantagens.

Uma ideia extrema no sentido de focar na bela arte são os filmes de Makoto Shinkai [5 Centimeters per Second]: até mesmo os personagens [bem na média] são sacrificados em troca dos cenários – e elementos de apoio – mais belos já vistos em uma animação. Muito legal, mas pode-se pensar diferente – até mesmo na TV. E um exemplo é Yuasa Masaaki [Kaiba, Mind Game] que não hesita em simplificar ao máximo os designs de seus personagens para proporcionar mais possibildades de animação possíveis. E o episódio 1 de Kaiba é prova cabal disso, com belas sequências de ação usando orçamento relativamente baixo.



Se a tentativa, sucedida com algumas restrições, de fazer algo bem feito traz esse tipo de reação, potencializada pelo caos que é a internet [terreno onde trolls conseguem prosperar com absoluta facilidade], por que não voltar ao básico e mais barato sistema famoso pelas “cabeças falantes” e golpes feitos pela metade? Sorte que Naruto não foca nesse tipo de pessoa – portanto, deverão ser produzidos no futuro mais alguns episódios que realmente valem a pena ver somente pela qualidade de animação.

JESUIS AMADO >_____<
VOU TER UM PESADELO Á NOITE >______<
Eu nem gosto de Naruto,acho a voz dele chata-Q
Agora que eu não assisto mesmo