Força de SAMURAI
Qua 6 Jan 2010 - 10:50
Força de SAMURAI
Os ensinamentos milenares dos guerreiros japoneses aos poucos chegam às academias do país coma promessa de corrigir a postura, melhorar o desempenho do coraçãoe controlar o nervosismo
por DUDA TEIXEIRA
Tóquio, década de 1940. Após beber alguns goles de saquê, um mafioso coreano sai pelas ruas assustando pessoas com uma katana, espada metálica de 80 centímetros. Um policial que estava nas vizinhanças é avisado. Ao vê-lo, o estrangeiro ergue a lâmina e se prepara para dividir em dois o inimigo. O policial joga um lenço na cara do malfeitor e, com uma barrinha de metal em forma de "h", interrompe o golpe no ar. A arma cai e o estrangeiro é imobilizado no chão. Então, o policial tira do bolso um singelo rolo de barbante e sem que sua respiração sofra qualquer alteração amarra as mãos, os braços e o pescoço do forasteiro. Quando o pacote está pronto, o baderneiro é levado à delegacia.
São Paulo, agosto de 2005. Para um grupo de jornalistas, o ex-policial Tsunemori Kaminoda repete em uma das unidades da academia Competition, em São Paulo o gesto com o qual conteve o mafioso décadas atrás. A pequena platéia fica impressionada. Mesmo aos 78 anos, Kaminoda apresenta a força, a agilidade e a velocidade de um jovem.
O segredo da vitalidade desse senhor vestido de quimono é o que mais chama a atenção. Atualmente Kaminoda é o único lutador no mundo a dominar os 18 estilos de luta dos samurais, os temidos guerreiros japoneses. Seguindo um rígido código de honra, eles dominaram o topo da pirâmide social no Japão feudal até que, no século XIX, a entrada das armas de fogo no país e a criação de um exército institucionalizado os extinguiu. Contudo, seus conhecimentos foram preservados no interior de núcleos familiares. "Kaminoda foi aprendiz de um membro da 25 a geração de samurais", diz Jorge Kishikawa, diretor e fundador do Instituto Niten. No Brasil, a instituição ensina diversos estilos em parceria com academias. O iaijutsu (abaixo) utiliza a katana, por excelência a arma dos samurais. O jojutsu e o kenjutsu usam um bastão de madeira e espadas de bambu, respectivamente. Entre a lista dos benefícios que eles proporcionam para a saúde estão a correção postural, o aumento da capacidade cardiorrespiratória e a redução da ansiedade.
Além do Japão, a arte samurai fincou os pés em países como Suécia, Estados Unidos, França, Malásia e Cingapura. No Brasil ela ainda é um privilégio de poucos. Estima-se que o número de praticantes fique em torno de 800 pequeno se comparado com o de outras lutas marciais. Mas esse contingente aumenta a cada dia, graças ao fascínio exercido pela espada e pelos benefícios proporcionados ao corpo e à mente. "Há um interesse muito grande pela filosofia japonesa no Brasil, maior até do que o que vi em outras nações do mundo", observou Kaminoda, que concedeu uma entrevista exclusiva à SAÚDE!.
Nas aulas que ocorrem na unidade da Competition, na capital paulista, uma mesinha com livros sobre os samurais permanece montada em um canto. Os alunos vestem quimono com ideogramas, cumprimentam-se em japonês e, ao se cruzarem, abaixam lentamente a cabeça, como os orientais, embora a maioria não tenha olhos puxados. "Não adianta nada trabalhar só a casca do aluno, a parte corporal", diz o professor Marcelo Neje, diretor técnico do Instituto Niten. "É preciso trabalhar o recheio também, a atitude e a parte mental."
Os ensinamentos milenares dos guerreiros japoneses aos poucos chegam às academias do país coma promessa de corrigir a postura, melhorar o desempenho do coraçãoe controlar o nervosismo
por DUDA TEIXEIRA
Tóquio, década de 1940. Após beber alguns goles de saquê, um mafioso coreano sai pelas ruas assustando pessoas com uma katana, espada metálica de 80 centímetros. Um policial que estava nas vizinhanças é avisado. Ao vê-lo, o estrangeiro ergue a lâmina e se prepara para dividir em dois o inimigo. O policial joga um lenço na cara do malfeitor e, com uma barrinha de metal em forma de "h", interrompe o golpe no ar. A arma cai e o estrangeiro é imobilizado no chão. Então, o policial tira do bolso um singelo rolo de barbante e sem que sua respiração sofra qualquer alteração amarra as mãos, os braços e o pescoço do forasteiro. Quando o pacote está pronto, o baderneiro é levado à delegacia.
São Paulo, agosto de 2005. Para um grupo de jornalistas, o ex-policial Tsunemori Kaminoda repete em uma das unidades da academia Competition, em São Paulo o gesto com o qual conteve o mafioso décadas atrás. A pequena platéia fica impressionada. Mesmo aos 78 anos, Kaminoda apresenta a força, a agilidade e a velocidade de um jovem.
O segredo da vitalidade desse senhor vestido de quimono é o que mais chama a atenção. Atualmente Kaminoda é o único lutador no mundo a dominar os 18 estilos de luta dos samurais, os temidos guerreiros japoneses. Seguindo um rígido código de honra, eles dominaram o topo da pirâmide social no Japão feudal até que, no século XIX, a entrada das armas de fogo no país e a criação de um exército institucionalizado os extinguiu. Contudo, seus conhecimentos foram preservados no interior de núcleos familiares. "Kaminoda foi aprendiz de um membro da 25 a geração de samurais", diz Jorge Kishikawa, diretor e fundador do Instituto Niten. No Brasil, a instituição ensina diversos estilos em parceria com academias. O iaijutsu (abaixo) utiliza a katana, por excelência a arma dos samurais. O jojutsu e o kenjutsu usam um bastão de madeira e espadas de bambu, respectivamente. Entre a lista dos benefícios que eles proporcionam para a saúde estão a correção postural, o aumento da capacidade cardiorrespiratória e a redução da ansiedade.
Além do Japão, a arte samurai fincou os pés em países como Suécia, Estados Unidos, França, Malásia e Cingapura. No Brasil ela ainda é um privilégio de poucos. Estima-se que o número de praticantes fique em torno de 800 pequeno se comparado com o de outras lutas marciais. Mas esse contingente aumenta a cada dia, graças ao fascínio exercido pela espada e pelos benefícios proporcionados ao corpo e à mente. "Há um interesse muito grande pela filosofia japonesa no Brasil, maior até do que o que vi em outras nações do mundo", observou Kaminoda, que concedeu uma entrevista exclusiva à SAÚDE!.
Nas aulas que ocorrem na unidade da Competition, na capital paulista, uma mesinha com livros sobre os samurais permanece montada em um canto. Os alunos vestem quimono com ideogramas, cumprimentam-se em japonês e, ao se cruzarem, abaixam lentamente a cabeça, como os orientais, embora a maioria não tenha olhos puxados. "Não adianta nada trabalhar só a casca do aluno, a parte corporal", diz o professor Marcelo Neje, diretor técnico do Instituto Niten. "É preciso trabalhar o recheio também, a atitude e a parte mental."
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