Miyajima
Sáb 24 Abr 2010 - 10:24
Otorii, o maior portal de madeira do mundo, é um dos grandes símbolos turísticos do Japão: quando a maré está baixa (foto acima), as pessoas costumam caminhar pelo local pegando conchinhas e, anualmente, acontece o Festival de Verão
Como o próprio nome indica, esta ilha é, literalmente, um santuário, não só religioso, mas também histórico e ecológico. Antigamente considerada sagrada como a moradia de várias divindades, representada pelo templo xintoísta, Itsukushima – nome pelo qual a ilha também é conhecida – não era permitido a mortais sequer viver, quanto mais dar à luz ou morrer em Miyajima. Atualmente, não há esse tipo de “proibição”, mas a tradição permanece, não existindo maternidades ou cemitérios por lá.
Pertencente à província de Hiroshima (sudoeste do Japão), a ilha tem 9 km de comprimento e 6 km de largura e fica a apenas 500 m da cidade de Miyajima, sendo facilmente acessada por balsa. Sua beleza natural é outro atrativo turístico, com florestas virgens nas montanhas, onde podem ser encontradas várias espécies botânicas, típicas dessa região. O monte Misen é um exemplo: suas cerejeiras em flor, na primavera, e os momiji (folhagem vermelha), no outono, compõem, com a beleza do templo Itsukushima , uma das “três vistas mais bonitas” do Japão (Nihon Sankei).
O que ver:
Templo xintoísta Itsukushima
O conceito inédito de construir um templo “flutuante” no mar tem duas possíveis explicações. Uma delas é que o santuário é dedicado a deusas guardiãs do mar, e a outra baseia-se na crença budista de que, ao morrer, a alma atravessaria em barcos, pelo mar, rumo ao Gokuraku (a terra pura do budismo).
Acredita-se que o templo principal deste complexo religioso foi originariamente construído em 593, por Saeki Kuramoto e, posteriormente, em 1168, com o patrocínio do clã Taira, liderado pelo famoso general do final da Era Heian (sécs. VIII~XII), Taira-no-Kiyomori, começou a ganhar o aspecto imponente, similar ao atual. Na verdade, a construção de todas as estruturas que compõem o santuário – um total de 56 – levou vários anos para ser finalizada (o templo principal atual foi construído em 1571), mas o estilo arquitetônico predominante é o shinden zukuri, da Era Heian. O Honden (santuário principal), o Heiden (sala das oferendas), o Haiden (sala da adoração), o Haraiden (sala da purificação), o Hirabutai (grande palco) e o Takabutai (palco elevado, usado para apresentações de Bugaku), são considerados “Tesouros Nacionais”.
Designado como Patrimônio Cultural Mundial da Unesco em 1996, Itsukushima tem sofrido, ao longo do tempo, várias intempéries, a última delas em setembro do ano passado, quando foi atingido pelo tufão nº 18, que levou ao seu fechamento temporário. Felizmente, esse monumento histórico e cultural tem resistido bravamente e foi reaberto ao público no dia 20 de março deste ano, embora ainda esteja passando por alguns reparos. O horário de visita ao templo estende-se das 6h30 às 17h30, e as entradas variam de ¥ 100 a ¥ 500, para adultos em geral.
Senjokaku
Ou Pavilhão dos mil tatamis, cuja construção original é atribuída a Toyotomi Hideyoshi (1537~1598), em 1587. Ao lado do pavilhão, encontra-se o magnífico pagode de cinco andares (Goju-no-to), de 1407.
Ootorii (Grande Portal)
Símbolo turístico do Japão, é o maior portal de madeira do mundo, com aproximadamente 16 m de altura e 24 m de largura. Embora já existisse um Ootorii desde a Era Heian, o atual foi construído entre 1874 a 1875, na Era Meiji, com madeira proveniente das províncias de Miyazaki e Kagawa. Quando a maré está baixa, é possível caminhar até ele, para admirá-lo de perto, e há quem goste de colher conchinhas ao seu redor. Na maré alta, o Ootorii parece flutuar no mar, guardando a entrada do santuário.
Monte Misen
Há 530 metros de altitude, é o ponto mais alto da ilha, de onde se pode ver o lindo panorama local, além da cidade de Hiroshima e as ilhas vizinhas do mar interior de Seto. Aqui, a derrubada de árvores é proibida, e a floresta é preservada como um monumento natural nacional. Para chegar ao topo do monte, existe uma trilha específica para quem gosta de caminhar, ou pode-se pegar um teleférico, cuja linha tem 1,7 km de extensão.
Kangensai (Festival de música)
É o maior festival anual, que acontece no 17º dia, do sexto mês do calendário lunar (meados de julho, em pleno verão japonês), para homenagear as deusas guardiãs do mar. Vários barcos decorados atravessam a baía, como uma espécie de procissão, conduzindo um santuário portátil, com a presença de sacerdotes e músicos.
Souvenirs
Shamoji (colher de madeira para servir arroz)
Um dos mais populares souvenirs de Miyajima pode ser encontrado em vários tamanhos e, apesar de feito em madeira, é inodoro e resistente ao calor. Além do uso utilitário, podem ser elementos decorativos, com pinturas ou palavras gravadas neles. Comerciantes, políticos e times esportivos, utilizam-nos também como talismãs. O maior shamoji do mundo está em Miyajima: tem 7,7 m de comprimento e pesa 2,5 toneladas.
Momiji manju (bolinhos no formato de folhas)
Típicos de Miyajima, esses doces são feitos com uma massa de pão-de-ló bem macia, com variados recheios: doce de feijão, creme de baunilha, de chá verde, de queijo e de chocolate. Ninguém sai da ilha sem uma caixa desses bolinhos.
Ostras
Conhecidas como um alimento típico da região de Hiroshima, são muito nutritivas e apreciadas no Japão. A riqueza natural de Miyajima e a água do mar interior de Seto são uma combinação perfeita para a cultura de ostras, que têm um sabor especial, favorecido por esse habitat ideal. Anualmente, no dia 11 de fevereiro, acontece o Festival das Ostras, quando são servidos vários pratos à base de ostras.
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